Os deputados Gerson Claro (PP), Lídio Lopes (Patri) e Mara Caseiro (PSDB) terão uma semana decisiva de articulações na disputa pelo comando da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Apesar do escândalo de corrupção, o progressista conta com a benção da senadora eleita Tereza Cristina (PP). O marido da prefeita Adriane Lopes (Patri) aposta no acordo feito com o governador Eduardo Riedel (PSDB) para ser eleito presidente.
Apesar da nova legislatura contar com apenas duas mulheres, Mara aposta na força do PSDB, que elegeu a maior bancada e tem força para se manter na presidência da Assembleia Legislativa. Ela pode fazer história ao se tornar a primeira mulher a assumir a chefia do Palácio Guaicurus.
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Por fora e para ganhar manchetes nos jornais, o bolsonarista Rafael Tavares (PRTB) anunciou que vai se inscrever para disputar a presidência do legislativo. Eleito como representante do movimento EnDireitaMS, o empresário dificilmente chegará a contar com o apoio da maioria dos deputados para suceder Paulo Corrêa (PSDB).
Com seis deputados, a bancada do PSDB será a decisiva na disputa. Os tucanos farão uma reunião na próxima quarta-feira (25) para decidir sobre a sucessão na Mesa Diretora e podem sacramentar ou enterrar as pretensões de Mara Caseiro. Caso decidam pelo apoio à deputada, eles rompem o acordo com Lídio e sepultam as chances do primeiro cavaleiro da Capital ser eleito presidente da Assembleia.
O PSDB pode apoiar Gerson Claro, que foi preso pelo Gaeco pelo suposto desvio de R$ 7,3 milhões do Detran. O deputado progressista aguarda a sentença por corrupção passiva, organização criminosa e peculato da juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal. A sorte do representante de Sidrolândia é que a classe política tem dado às costas para a sociedade no quesito imagem ilibada.
Lídio tem dito aos deputados que já conta com o apoio de sete a nove deputados, incluindo os três do PT. Aliás, os petistas, com três parlamentares, serão decisivos porque devem votar unidos e pleitear cargo na mesa diretora.
O PL tem três deputados, mas está dividido. João Henrique Catan deve manter a postura de oposição, enquanto Coronel David e Neno Razuk devem votar no candidato indicado por Riedel. Dos três deputados do MDB, pelo menos dois já teriam confidenciado que vão votar no nome indicado pelo governador.
Apesar de ter se mantido distante da disputa, Riedel vai ter papel decisivo na escolha do novo presidente da Assembleia. Gerson Claro espera o apoio do tucano como gratidão pelo empenho de Tereza Cristina no segundo turno, inclusive, por ter convencido Jair Bolsonaro a mudar de opinião a respeito de apoiar Capitão Contar e ficar neutro na disputa.
A mesma gratidão do tucano é esperada por Lídio Lopes. Riedel teria entregue um documento, no qual os seis deputados eleitos pelo PSDB, teriam se comprometido a votar no marido de Adriane Lopes em troca do apoio da prefeita à eleição do tucano no segundo turno.
O novo presidente vai comandar um orçamento de R$ 427,4 milhões neste ano.