Primeiro carteiro a assumir a superintendência regional dos Correios em Mato Grosso do Sul, João Rocha retorna ao comando da empresa no Estado. Chefe da estatal no Estado por quase 14 anos, nos mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousssef, ambos do PT, ele reassume a função com a missão de recuperar a qualidade na prestação dos serviços e reforçar o caráter público da empresa.
A nomeação de Rocha representa o fim da era de fechamento de agências consideradas não lucrativas, como ocorreu na gestão de Michel Temer (MDB), e a política pró mercado adotada por Jair Bolsonaro (PL) visando a privatização da empresa. Em 2021, os Correios tiveram lucro recorde de R$ 3,1 bilhões.
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Uma das poucas empresas presentes em todas as cidades e distritos do Estado, os Correios contam com 91 agências próprias, 74 agências comunitárias e 15 franqueadas em Mato Grosso do Sul.
Funcionário dos Correios há 29 anos e meio, João Rocha é filiado ao PT e foi superintendente da empresa por 13 anos e sete meses. Ele conta que só não se aposentou graças a Reforma da Previdência aprovada na gestão de Bolsonaro, que o obrigou a pagar o pedágio e ficar mais tempo atuando na empresa.
Rocha pretende retomar a política quando era chefe dos Correios, de manter e aprimorar o nível de excelência na prestação de serviços. “Vamos manter o caráter público, não queremos a privatização”, ressaltou. Lula já tirou a empresa do programa de privatizações do Governo federal.
“Vamos manter o diálogo e não perder de vista o resultado da empresa”, promete o novo superintendente, que reassumiu a função na última sexta-feira (20). Em 2007, a regional de Mato Grosso do Sul ficou em primeiro lugar na pesquisa nacional de satisfação dos clientes e manteve a posição em 2008 no quesito “índices estratégicos”.
“O grande desafio agora é fazer com que os Correios recuperem a confiança da população no Estado e espero que ele consiga reabrir as agências que foram fechadas”, afirmou a presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios, Telégrafos e Similares de Mato Grosso do Sul (SINTECT-MS), Elaine Regina de Souza Oliveira.
O novo superintendente não tem levantamento sobre o déficit de carteiros no Estado. Nos últimos anos, os Correios passaram a adotar a política de alternância na entrega de cartas e encomendas devido à falta de profissionais para atuar na entrega no Estado.