Os oito vereadores acusados de receber mensalinho de R$ 2,3 mil a R$ 44 mil vão continuar afastados por mais 90 dias da Câmara Municipal de Maracaju. O juiz Marco Antonio Montagnana Morais, em substituição na 2ª Vara Criminal, acatou parcialmente o pedido do DRACCO (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), que tinha solicitado o afastamento por mais seis meses.
Os parlamentares foram afastados dos cargos em 6 de dezembro na Operação Mensalinho, denominação da 3ª fase da Dark Money. Conforme a denúncia, o então prefeito Maurílio Ferreira Azambuja, o Dr. Maurílio (MDB), criou uma conta clandestina e desviou R$ 23 milhões dos cofres da prefeitura.
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Desta quantia, ele teria usado R$ 1,3 milhão para pagar propina aos vereadores. Insatisfeitos com o salário de R$ 5,9 mil pagos na época, que consideraram insuficiente para prover o próprio sustento, os parlamentares aceitaram a propina para apoiar o prefeito no legislativo.
O magistrado determinou a manutenção do afastamento do então presidente da Câmara, Robert Ziemann, e Laudo Sorrilha, do PSDB; Ludimar Portella, o Nego do Povo, Joãozinho Rocha, Hélio Albarello e Antônio João Marçal de Souza, o Nenê da Vista Alegre, do MDB; Jefferson Lopes e Ilson Portela, o Catito, do União Brasil.
Com o afastamento, a polícia ganha tempo para concluir as investigações, que são complexo por incluir análise de dados bancários e fiscais.
Os vereadores não estavam preocupados com o suposto crime, já que a propina era paga em cheque nominal. Alguns chegaram a usar terceiros para dificultar eventual investigação, mas a maioria tinha certeza da impunidade.