Após várias negociações e divergências internas no PT, o governador Eduardo Riedel (PSDB) começou a fazer as nomeações de indicados do Partido dos Trabalhadores para compor sua equipe de gestão, no Diário Oficial do Estado desta quinta-feira (19).
Washington Willeman de Souza, 54 anos, é o novo diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) e Humberto de Mello Pereira, secretário-executivo de Agricultura Familiar, de Povos Originários e Comunidades Tradicionais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semadesc).
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Washington é servidor de carreira da Agraer e vai substituir André Nogueira Borges, que comandava os trabalhos da agência desde novembro de 2017. Ele ingressou no órgão em 1994, como assessor técnico e foi aprovado em concurso público para o cargo efetivo como gestor de desenvolvimento rural. Também foi presidente do Sinterpa-MS (Sindicato dos Trabalhadores em Instituições de Extensão Rural, Pesquisa, Assistência Técnica, Serviços Agropecuários e Afins).
Humberto de Mello Pereira também é servidor da Agraer, foi superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Mato Grosso do Sul e diretor-presidente do Idaterra (Instituto de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de MS).
Partido dividido
A decisão do Partido dos Trabalhadores em compor o governo de Eduardo Riedel, eleito com voto de bolsonaristas e petistas e que disputou com Capitão Contar (PRTB) o apoio do ex-presidente do Jair Bolsonaro (PL), foi bastante controversa.
Após críticas e ofensas que surgiram contra a decisão da Executiva, o deputado federal Vander Loubet e o deputado estadual eleito Zeca do PT divulgam nota defendendo a composição com os tucanos.
“Entendemos ser importante o PT participar da gestão de Riedel, não apenas por conta do apoio dado em sua eleição, mas principalmente pela oportunidade de elaborar e executar políticas públicas (além de trazer recursos federais) para áreas que são sensíveis ao partido”, disseram.
“Nossos deputados estaduais – Amarildo Cruz, Pedro Kemp e Zeca do PT – estão e estarão muito à vontade para exercer seus mandatos. Não há obrigação de alinhamento automático. Cada projeto poderá ser debatido, discutido e os parlamentares do PT poderão propor ajustes e melhorias e fazer as críticas construtivas cabíveis”.
“Por fim, mas não menos importante, é importante destacar que não há mais disputa de hegemonia política entre PT e PSDB, seja regionalmente, seja nacionalmente. Nossa luta – a luta dos democratas – é contra a extrema-direita, raivosa e golpista, que atenta contra a democracia brasileira”, concluíram.
Independentes
Em declaração a O Jacaré, Pedro Kemp afirmou que a composição com Riedel não vai alterar sua atuação na Assembleia Legislativa. “Continuarei independente com relação ao governo”, disse.
A deputada federal eleita Camila Jara também vai seguir o caminho da independência. “Priorizando a independência política e a fidelidade às convicções ideológicas, […] decidiu não compor o Governo Eduardo Riedel”
“Com a decisão, abrimos mão de indicar qualquer nome para ocupar cargos na gestão Eduardo Riedel, independentemente de posição e/ou hierarquia”, declarou a petista em nota.
“Desejamos sorte ao novo governo e reforçamos a disponibilidade, o interesse e o compromisso de auxiliar e construir, junto ao Executivo Estadual, políticas públicas, sobretudo as que têm como foco a redução das desigualdades e a melhoria da vida de quem mais precisa e das minorias que não se veem representadas”, conclui.