Depois de toda polêmica envolvendo a atuação da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul na defesa de bolsonaristas acusados de terrorismo em Brasília, apenas três famílias de pessoas envolvidas nos acontecimentos do dia 8 de janeiro procuraram assistência jurídica pela canal criado pelo órgão.
O número total de sul-mato-grossenses ou residentes do Estado presos por conta da invasão não foi divulgado, assim como a identidade dos detidos assistidos pela Defensoria até quarta-feira (18).
A Defensoria Pública de MS criou, em 11 de janeiro, o canal mutirao@defensoria.ms.def.br para atender as pessoas hipossuficientes que possuem familiares presos após os atos de terrorismo que depredaram os prédios do três poderes no Distrito Federal.
Um defensor público realiza o atendimento aos familiares das pessoas presas, desde que sejam hipossuficientes. “Apesar de a Defensoria Pública já realizar esse tipo de atendimento diariamente em suas unidades, justifica-se a criação deste canal diferenciado por causa da amplitude dos acontecimentos”, justificou o órgão.
A medida gerou críticas de que o órgão poderia estar privilegiando os bolsonaristas acusados de terrorismo, em detrimento da população que aguarda atendimento. E a Defensoria, por sua vez, afirmou que os cidadãos têm direito a ampla defesa.
“A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul não designou ninguém para se deslocar até Brasília, nem mesmo para realizar o atendimento direto às pessoas presas na Capital Federal. Tudo isso está a cargo da Defensoria Pública da União e do Distrito Federal”, destacou.
Outros apoios
O grupo EnDireita MS também auxilia na defesa de pessoas do Estado que ainda estão em Brasília, mas “somente dos manifestantes que não participaram dos atos de vandalismo e são hipossuficientes”.
“Desde o início estamos prestando esclarecimentos aos familiares como informado na página do Endireita MS. Os familiares que nos procuraram foram orientados a buscar advogados para atuarem nos casos. Estivemos em Brasília para buscar mais informações”, disse o líder do movimento, o advogado Danilo Azambuja.
Atualmente, não há dados oficiais sobre a quantidade de sul-mato-grossenses presos em Brasília. A imprensa conseguiu identificar 12 nomes nas listas de detidos nos atos de 8 de janeiro, mas a quantidade é maior, informa Danilo.
“A lista é maior sim. Mas não posso te informar com precisão. Só tenho contato com os familiares que nos procuraram”, afirmou. “Muitos familiares nos procuraram na semana passada. Aqueles que nos contataram já foram orientados”.