Em Mato Grosso do Sul, 70 dos 79 municípios serão obrigados a conceder reajuste de 15% a 26% aos professores para cumprir o novo piso nacional. Nesta segunda-feira (16), o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou o valor do salário base do magistério, que passou de R$ 3.845,63 para R$ 4.420,55 neste ano.
O presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação), Jaime Teixeira, celebrou o aumento de 15%. “O reajuste bem acima da inflação oficial, é muito importante para recuperação dos salários do magistério. Mas também é importante que os prefeitos e governadores valorizem também as carreiras, e respeitem a formação”, afirmou.
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“A maioria dos municípios terão que reajustar”, profetizou. Levantamento da entidade mostra que apenas nove cidades e a rede estadual pagam valor acima do piso para jornada de 40 horas os profissionais com o ensino médio. O Governo paga R$ 5.587,76 para 40h.
Os professores com ensino superior concursados recebem R$ 8,3 mil. Os docentes sem concurso recebem 47% menos. O governador Eduardo Riedel (PSDB) prometeu, na campanha, que vai equiparar os salários da categoria. Além de dar um reajuste de quase 50% aos professores temporários, ele vai receber o pedido da Fetems para repassar o reajuste de 15% no piso ao magistério da rede estadual.
Veja o levantamento da Fetems
O atual valor de R$ 3,8 mil era pago por 40. Desse total, 31 deverão corrigir os salários em 15% para voltar a pagar o salário mínimo definido pelo Ministério da Educação. Já entre as 32 cidades, que não pagavam o piso, vão ser pressionadas a conceder um reajuste maior, de até 26% para chegar ao novo valor, de R$ 4.420,55.
O novo valor também vai elevar a pressão sobre a prefeita da Capital, Adriane Lopes (Patri), que tem resistido em cumprir a lei e valorizar a educação. Ela chegou a afirmar que a lei aprovada pela Câmara Municipal, após acordo com o antecessor, Marquinhos Trad (PSD), era inconstitucional.
Como a proposta é chegar a 100% do piso nacional para jornada de 20h em 2024, Adriane deverá conceder um reajuste muito superior aos 67% previstos inicialmente. Agora, os professores da rede municipal de Campo Grande deverão exigir reajuste de 92%, que inclui o índice autorizado neste ano pelo Governo Lula.