O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU-CG) anunciou que vai ‘cruzar os braços’, nesta quarta-feira (18), por falta de negociação de reajuste salarial para a classe.
Em áudio que circula nas redes sociais, o presidente da Federação de Transporte de Mato Grosso do Sul, Willian Alves da Silva, afirma que “amanhã (18/1), não haverá ônibus em Campo Grande. Só vamos voltar quando a empresa resolver sentar e definir de uma vez por todas nosso reajuste, que estamos aguardando desde novembro. As negociações não avançaram e a empresa não quer mais sentar para negociar”.
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A medida é similar ao ocorrido no final de dezembro do ano passado, quando o STTCU-CG divulgou um vídeo com a decisão de parar no dia 27 daquele mês, o que acabou não se concretizando com o avanço das conversas.
Desta forma, em menos de um mês, os usuários do transporte coletivo da Capital se veem mais uma vez na expectativa de sair para trabalhar no dia seguinte e não ter ônibus para ir ao serviço.
O impasse, porém, prossegue com o Consórcio Guaicurus levando em banho-maria as negociações, enquanto espera aporte financeiro da Prefeitura de Campo Grande e o reajuste da tarifa, que já foi cogitado subir para R$ 8. No entanto, como diz Willian Alves no áudio, os trabalhadores são funcionários das empresas e não da prefeitura, e decidiram não esperar.
Decisão na Justiça
O presidente do Consórcio Guaicurus, João Resende, afirmou que, durante a reunião desta terça-feira (17), foi comunicado pelos trabalhadores sobre a paralisação de amanhã.
No encontro, as empresas informaram que não poderiam atender as demandas da categoria. “Mediante a Prefeitura Municipal de Campo Grande não ter definido a nova tarifa, o Consórcio Guaicurus não tem como atender aos pleitos apresentados na pauta de reivindicações, conforme já preconizado nas rodadas de negociação anteriores”, conforme registrado em ata.
Em reação, João Resende afirma que, caso a paralisação ocorra, vai recorrer à Justiça. “Isso é ilegal. Vamos entrar na Justiça contra a paralisação, por meio de um interdito proibitório”.
Por sua vez, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande, Demétrio Freitas, disse ter o apoio da categoria “pois já foi amplamente debatido o tema; que a categoria se sente desprestigiada e desrespeitada tanto pelos patrões como pelo poder público, e que não volta atrás, dando por encerrado as tratativas amigáveis”.
Dezembro de 2022
A Prefeitura de Campo Grande conseguiu evitar a greve dos motoristas do transporte coletivo ao confirmar a isenção do ISS, que corresponde a 5% do valor da tarifa, e arcar com os valores referentes ao passe dos alunos da Rede Municipal de Ensino, que equivale a 14,62% da gratuidade, e pagar a tarifa técnica de R$ 5,15 para Serviços Públicos.
Após debate com o Sindicato de Transporte Coletivo, o Consórcio Guaicurus anunciou acolher a proposta da Prefeitura e o fim da greve.