Um dos líderes do QG Rural no acampamento bolsonarista no CMO (Comando Militar do Oeste), o produtor rural Elano Holanda de Almeida, de Corumbá, apagou todos os vídeos e fotos das redes sociais com críticas a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Até o vídeo, no qual falava da ocupação do Congresso Nacional, foi excluído.
No sábado, véspera dos ataques terroristas que destruíram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, Elano divulgou um vídeo no qual informava estar a caminho da capital federal. “O povo, agora, vamos para Brasília, vamos assumir a casa do povo, sim, o Congresso Nacional”, relata, durante a viagem.
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Conforme Elano, a pretensão era ficar dentro do Congresso para exigir novas eleições para presidente e limpas, transparentes e auditáveis. “Só desocuparemos quando as Forças Armadas marcarem data para esta eleição”, bradou.
Ele critica os políticos que aceitaram o resultado e conclama a população a reagir, a não ficar de joelhos para a corrupção.
Elano era ativo no Facebook e nos grupos de aplicativos desde o início da manifestação no CMO, que bloqueou parcialmente a Avenida Duque de Caxias, no dia 31 de outubro do ano passado. Ele postava vídeos quase diariamente convocando a população para os protestos e pedindo intervenção militar.
Fracassado em todas as vezes que foi candidato, Elano apagou todas as postagens com críticas às eleições, às urnas eletrônicas e ao ministro Alexandre de Moraes. Ele limpou o Facebook de fatos comprometedores que entraram na mira da Polícia Federal e do STF.
O líder do QG Rural não foi o único. Não há mais postagens sobre a vitória de Lula em outros bolsonaristas famosos, como a médica Sirlei Ratier e a ex-assessora da Câmara da Capital, Juliana Gaioso.