A senadora Soraya Thronicke (União Brasil), autora do pedido para criar a CPI dos Atos Antidemocráticos, afirmou que a prioridade vai ser apurar a ação e omissão dos agentes públicos diante dos ataques terroristas praticados contra os prédios dos três poderes em Brasília. “Nós vamos priorizar peixes grandes”, avisou a parlamentar.
A proposta para criar uma CPI já conta com 45 assinaturas, mais que o mínimo necessário, 27 senadores, para ser criada no Senado. A reação do parlamento é para identificar quem patrocinou a baderna e a destruição do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto.
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“A CPI é importante no esforço que está sendo feito para identificar e punir não apenas quem participou da invasão e da destruição do patrimônio nos Três Poderes, mas quem patrocinou tais atos”, disse.
“A CPI é a salvação da nossa democracia, que foi ameaçada no domingo”, frisou Soraya. Na avaliação da senadora sul-mato-grossense, que foi candidata a presidente da República e ficou em 6º lugar com 600 mil votos, a democracia brasileira está sendo ameaçada mediante atos concretos.
“Não está sendo (feita uma ameaça) só da boca para fora, tivemos contato com atos concretos”, lamentou. Ela ficou indignada com a destruição do Senado pelos bolsonaristas, que promoveram a invasão para pressionar o Exército a dar golpe de estado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Esses atentados contra a democracia devem ser combatidos, não vamos acordar em um dia que tiver um ditador no poder”, alertou. “É fundamental para a nossa sobrevivência no estado democrático de direito”, frisou, sobre a investigação.
“A prioridade é individualizar ações e omissões de agente públicos e também financiadores”, descreveu, sobre o objetivo da investigação. De acordo com Soraya, os peixes pequenos, que atuaram na invasão como efeito manada ou foram manipulados vão continuar na mira da Polícia Civil.
“Nosso foco é onde partiram esses ataques”, avisou. Investigação feita pela Polícia Federal, com aval do STF, aponta que há empresários e representantes do agronegócio entre os financiadores dos atos antidemocráticos.