Ex-superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Mato Grosso do Sul, Luiz Alexandre Gomes da Silva, seguiu o exemplo de outros colegas bolsonaristas e buscou se acomodar no Governo do Estado. Ele foi cedido com ônus para a administração estadual e poderá ganhar cargo na gestão de Eduardo Riedel (PSDB).
O movimento é semelhante ao feito por outros bolsonaristas, que foram acusados de usar a estrutura da instituição para beneficiar Jair Bolsonaro (PL). A cedência de Luiz Alexandre foi assinada pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Antônio Ramirez Lorenzo.
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A especulação é de que o ex-superintendente da PRF pode ser nomeado para o cargo de secretário-executivo da Secretaria de Justiça e Segurança Pública, com salário em torno de R$ 20 mil. As polícias Militar e Civil disputavam para ficar com a vaga. O atual secretário de Segurança, Antônio Carlos Videira, é delegado aposentado da Polícia Civil.
Outros ocupantes de cargos comissionados na PRF na gestão de Bolsonaro também procuraram cargos em administrações estaduais para não correrem o risco de serem punidos pela nova administração federal.
Eduardo Aggio de Sá e José Lopes Hott Júnior estavam nomeados no Palácio do Planalto e foram cedidos para o Detran de São Paulo na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Aggio era lotado no Planalto, na subchefia de Análise Governamental da Casa Civil. Antes, ele antecedeu Silvinei Vasques no comando da Polícia Rodoviária Federal (PRF), época em que o alinhamento entre a corporação e o governo Bolsonaro se intensificou.
Poucos dias depois da ida de Aggio para a Casa Civil, o então diretor executivo da PRF, Hott Júnior, fez o mesmo movimento e assumiu como subchefe adjunto executivo da Subchefia de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais.
O ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, aposentou-se com 47 anos e saiu do raio de ser punido pela gestão petista. Ele foi acusado de usar a PRF para impedir os eleitores de votarem no Nordeste, região onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu quase 70% dos votos. Silvinei é cotado para assumir a Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina, pasta criada pelo governador Jorginho Mello (PL). Só que o titular da pasta ainda não foi nomeado. O liberal tem sofrido pressão para nomeá-lo para a função.