As principais marcas dos oito anos de mandato de Reinaldo Azambuja (PSDB) são aumento de impostos, corrupção, desvio de dinheiro público, cartão social e equilíbrio financeiro das contas públicas. A constatação é de pesquisa realizada pelo Instituto Ranking Brasil, realizada com 3 mil eleitores entre os dias 12 e 20 deste mês.
Ao ser questionado em qual área da administração o governador do PSDB foi pior nos últimos anos, 13,3% dos eleitores citaram o aumento de impostos, taxas e IPVA. Essa parcela da sociedade lembrou do aumento de 40% no IPVA no primeiro mandato, quando a alíquota passou de 2,5% para 3,5% sobre automóveis, e alta no ITCD e do ICMS sobre a gasolina, de 25% para 30% (a 3ª maior alíquota do País).
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A redução no IPVA neste ano, que caiu de 3,5% para 3%, e do ICMS sobre a gasolina, graças à lei aprovada pelo Congresso Nacional, que reduziu para 17% o tributo sobre combustíveis, energia elétrica, telefone e internet, não apagou este feito da memória do eleitor sul-mato-grossense.
O segundo item, citado por 11,40%, foi corrupção em várias secretarias. O terceiro, desvio de dinheiro público, foi citado por 9,2%. Os dois assuntos são ligados e refletem as operações da Polícia Federal, do Gaeco e do Ministério Público contra os desvios no Detran, na educação, na assistência social e na saúde.
Apesar das denúncias, dos sequestros de bens e das ações protocoladas na Justiça, a gestão de Reinaldo não só manteve como ampliou o repasse para as empresas acusadas pelos desvios milionários. Algumas até foram contratadas sem licitação.
A falta de emprego foi citada por 6,60%, enquanto a falta de ajuda do Governo por outros 5,70%. Os crimes da JBS e a prisão do advogado Rodrigo Souza e Silva, filho de Reinaldo, na Operação Vostok, só foram citados por apenas 2,40% dos eleitores. A denúncia contra o tucano, de que teria recebido R$ 67,7 milhões em propinas da JBS, não pesou na opinião do sul-mato-grossense, conforme a pesquisa do Ranking.
A redução de 32% nos salários dos professores temporários, que representam mais da metade dos docentes da rede estadual, foi citada como o pior de Reinaldo por apenas 1,70% dos eleitores. Isso mostra que para a sociedade, o investimento em educação não é prioridade.
Por outro lado, os pontos positivos do tucano estão o Cartão Social, citado por 15,5%. O programa social teve corte de 22 mil famílias em abril de 2019, logo após Reinaldo tomar posse para o segundo mandato. Em julho do ano passado, ele mudou de nome do programa, que passou a ser chamado de Mais Social, aumentou o valor para R$ 300 e passou a contemplar 87 mil famílias.
O governo presente nos municípios foi citado por 12% como pontos positivos da gestão de Reinaldo. A citação está ligada à propaganda do tucano, de que é presente nas cidades e municipalista.
Em terceiro ficou os investimentos em saúde e a construção de hospitais, citados por 9,90%. Reinaldo entregou o Hospital Regional de Três Lagoas e ajudou a prefeitura a concluir o Hospital do Trauma em Campo Grande. Apesar da propaganda, o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian tem sido marcado pela falta de remédios e materiais. Pacientes estão sem realizar exames desde junho por falta de contraste, que, inclusive, chegou a ser alvo de operação de combate à corrupção neste mês do MPE.
Investimentos em segurança e novas viaturas foi citado por 7,60, enquanto a educação, com as escolas integrais, ficou em 5º, com 6,40%.
A pesquisa também questionou sobre o legado de Reinaldo Azambuja. O equilíbrio fiscal, citado por 11,70%, foi citado como principal destaque. O tucano vai entregar as contas no azul, inclusive antecipou o pagamento dos salários de dezembro para esta semana.
Reinaldo conclui o mandato de oito anos neste sábado. Amanhã, ele passa a faixa para o aliado, o ex-secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB).