O União Brasil e o PSD vão indicar três ministros cada a partir de janeiro e vão integrar a base do Governo Lula no Congresso Nacional. As negociações vão deixar a senadora Soraya Thronicke (União Brasil) em uma “sinuca de bico”, já que foi eleita na onda de Jair Bolsonaro (PL) e fez campanha como oposição ao presidente eleito.
Já Nelsinho Trad (PSD) integrou a base e apoiou a reeleição de Bolsonaro no segundo turno. Ex-prefeito da Capital e ex-vereador, ele não deverá ter problemas em aderir à base de Lula a partir de 2023.
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O PSD deve indicar o senador Carlos Fávaro, do Mato Grosso, para o Ministério da Agricultura, o mineiro Alexandre Silveira para Minas e Energia e o pernambucano para a Pesca.
O União Brasil vai indicar os ministros da Integração Nacional, do Turismo e das Comunicações. Os cotados são o deputado federal Elmar Nascimento, da Bahia, a Professora Dorinha, do Tocantins, e o governador do Amapá, Waldez Goez.
A situação mais delicada deve ser de Soraya, que foi candidata a presidente da República nas eleições deste ano e obteve 600 mil votos, ficando em 6º lugar na disputa. Eleita na onda bolsonarista, ela assumiu papel de oposição contra Bolsonaro no primeiro turno.
No segundo turno, Soraya acabou não votando. Ao votar no primeiro turno, a senadora foi vaiada ao chegar e sair de uma escola em Campo Grande. Ela anunciou que faria oposição a qualquer um dos eleitos, independente de Bolsonaro ou Lula.
Já Nelsinho é mais pragmático e não deverá ter problemas em aderir ao Governo Lula, que tem o apoio declarado do irmão, o deputado federal Fábio Trad (PSD). Só que o parlamentar deixa o cargo em fevereiro porque o partido não alcançou o quociente eleitoral para garantir uma vaga.
Na Câmara dos Deputados, Lula deverá contar com o apoio dos petistas Vander Loubet e Camila Jara e oposição dos três bolsonarista, Marcos Pollon, Rodolfo Nogueira e Dr. Luiz Ovando.