Impedir a ameaça de greve no transporte coletivo e o reajuste de 81%, que pode elevar a tarifa para R$ 8, é o principal desafio na última semana de 2022 da prefeita Adriane Lopes (Patri). O passe de ônibus deve ter reajuste no início de janeiro de 2023, por ser data-base.
O certo em meio às negociações é que o serviço oferecido pelo Consórcio Guaicurus, que assumiu prometendo mais conforto, ar-condicionado e internet nos ônibus, vai continuar precário.
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O grupo de empresas da família Constantino alega falta de dinheiro para realizar investimentos. A falta de renovação da frota é sentida no dia a dia pelos passageiros, que sofrem com ônibus velhos e até com viagens interrompidas após o veículo quebrar no trajeto.
O não cumprimento do contrato, firmado há 10 anos na gestão de Nelsinho Trad (PSD), outra herança maldita, é atestado até pelo Tribunal de Contas do Estado. O conselheiro Waldir Neves Barbosa constatou a falha, mas não puniu nenhuma empresa por não cumprir o acordo firmado pelo município.
O conselheiro, afastado do TCE por determinação do Superior Tribunal de Justiça na Operação Terceirização de Ouro, ameaçou suspender o reajuste, mas acabou mantendo o aumento na tarifa para R$ 4,40.
Na retomada das negociações, as empresas querem reajuste de 81%, para elevar o valor da tarifa de R$ 4,40 para R$ 8. O aumento é mais que dez vezes a inflação acumulada nos últimos 12 meses.
Para tentar minimizar o aumento, o presidente da Agência Municipal de Regulação, Odilon de Oliveira Júnior, busca alternativas, como a manutenção dos subsídios pagos pelo Estado e pelo município. O Governo repassa R$ 1,2 milhão para bancar a gratuidade do passe do estudante da rede estadual, enquanto a prefeitura entra com R$ 1 milhão.
“Estamos finalizando uma proposta de reformulação do contrato de transporte coletivo, com vistas a desonerar o usuário de arcar com todo o custo. Explico: hoje o sistema é sustentado, em síntese, pela bilhetagem (usuários). Estamos propondo um sistema misto (bilhetagem + quilometro rodado) para reduzir os impactos financeiros, bem como inserir índices maiores de controle de qualidade”, garante Júnior.
Em meio as negociações, o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano ameaça iniciar greve por tempo indeterminado porque a categoria não teve reajuste. O Consórcio Guaicurus está com dificuldades até para quitar a folha salarial dos funcionários.