A manifestação dos bolsonaristas contra a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chega ao 54º dia na frente do CMO (Comando Militar do Oeste). No entanto, a participação popular despencou nos últimos dias, conforme avaliação da Polícia Militar e dos organizadores. O movimento perdeu força faltando oito dias para Jair Bolsonaro (PL) deixar o cargo.
A manifestação chegou a reunir 50 mil pessoas, conforme estimativa da organização, no feriado de 2 de novembro. Inconformados com a derrota de Bolsonaro, eles rezam, cantam e clamam por intervenção militar para impedir a posse do petista.
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Com o passar do tempo, a participação começou a perder força. Nos finais de semana, em torno de 20 mil pessoas compareciam vestidas de verde e amarelo e com a bandeira do Brasil. Até autoridades, como o deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP), o deputado estadual Capitão Contar (PRTB) e o secretário municipal de Saúde da Capital, Sandro Benites, participaram do evento.
Nesta sexta-feira, a maior parte das barracas estava vazia à tarde. Algumas tendas estavam com manifestantes, em torno de quatro a cinco pessoas. Outras estavam embaixo das árvores. Duas pessoas agitavam a bandeira na Avenida Duque de Caxias, em frente ao CMO.
Conforme a PM, houve uma redução expressiva na participação das manifestações nos últimos dias. Durante o dia, conforme o policial, há pouca gente. “Aumenta um pouquinho no início da noite, mas não de forma expressiva como foi nas primeiras semanas”, avaliou.
Apesar da redução no público, a PM mantém a vigilância no local para manter a ordem e impedir bloqueios, que comprometam o direito de ir e vir dos moradores da Capital. A Avenida Duque de Caxias é a principal via de acesso ao Aeroporto Internacional de Campo Grande.
Um dos organizadores admitiu a redução e atribuiu a pouca participação às festas de fim de ano e viagens de férias.
Ativo na manifestação e líder do QG Rural, Elano Holanda de Almeida tem publicado vídeos nas redes sociais. Nos últimos dias, o bolsonarista não tem escondido a frustração com a perda da força do movimento.
Ele contou que foi criticado por ter feito o vídeo com as ruas vazias. “As ruas estão vazias de patriotas, vazias de homens e mulheres capazes de defender o Brasília, a pátria e a família”, criticou.
“Hoje nós vivemos um conluio entre os brasileiros coniventes com a imoralidade e os brasileiros moralmente covardes”, detonou. Ele também disse que os advogados e o Ministério Público estão colocando o Brasil de joelhos para a corrupção. “Vem para as ruas, padre, pastor, evangélico, católico, ateus, cristãos”, conclamou.
A manifestação em frente ao CMO começou no dia 31 de outubro, no dia seguinte ao segundo turno.