Por sete votos a zero, o Tribunal Superior Eleitoral negou o pedido de Tiago Vargas (PSD) para assumir o mandato de deputado estadual. Além de não ser diplomado, o parlamentar famoso por criticar corruptos corre o risco de perder até o mandato de vereador por Campo Grande. Caso não reverta a inelegibilidade, ele não poderá disputar a reeleição em 2024.
Em julgamento virtual concluído nesta segunda-feira (19), a relatora, ministra Cármen Lúcia, votou pelo não provimento do pedido do vereador para suspender a decisão do Tribunal Regional Eleitoral, que cassou o seu registro de candidato a deputado estadual.
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Com a decisão, os 18.288 votos obtidos por Vargas na última eleição vão ser anulados e o mandato de deputado estadual ficará com o ex-secretário municipal de Finanças, Pedro Pedrossian Neto (PSD), que obteve 15.984 votos.
Cármen Lúcia foi acompanhada pelos outros seis ministros do TSE: Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Benedito Gonçalves, Raul Araújo, Sérgio Silveira Banhos e Carlos Horbach.
Pedrossian Neto deve ser diplomado nesta segunda-feira e assumir o mandato em fevereiro de 2023. Tiago vai continuar como vereador da Capital. Ele foi campeão em votos em 2020, três meses após ser demitido do cargo de policial civil pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
Só que o vereador acabou virando a casaca nas eleições deste ano e apoiou o candidato de Reinaldo, Eduardo Riedel (PSDB), para o Governo. Ele chegou a gravar vários vídeos acusando o Capitão Contar (PRTB), de oposição, de ter negociando com corruptos, apesar do deputado ter negado a troca de cargos pelo apoio de Marquinhos Trad (PSD), André Puccinelli (MDB) e Gilmar Olarte (sem partido).
Tiago Vargas ignorou o apoio de Reinaldo, do deputado estadual Gerson Claro (PP), do deputado estadual Zé Teixeira (PSDB) e de Jamilson Lopes Name (PSDB) a Riedel. Ele chegou a ser detonado pelos seus eleitores por ter apoiado o nome do tucano no segundo turno.
Agora, caso não consiga reverter a inelegibilidade em 2024, ele corre o risco de não conseguir disputar a reeleição e ser rifado da política sul-mato-grossense.
Em postagem nas redes sociais, Tiago lamentou a decisão do TSE. “Pra quem não tinha nada, pra quem era filho de uma empregada doméstica, finada dona Mercedes, ver o sistema fazer de tudo para roubar uma vaga na Assembleia Legislativa foi legal e ao mesmo tempo nojento e podre, pois fazem de tudo pelo poder”, criticou.
“O que fica é o aprendizado, a gratidão por cada voto de confiança recebido e a certeza que é apenas o começo. O futuro a Deus pertence”, concluiu.