Cotado para assumir a Secretaria Estadual de Saúde na gestão de Eduardo Riedel (PSDB), o deputado federal Luiz Ovando (PP) vai na contramão de todas as medidas adotadas pelo Governo estadual no combate à pandemia. O parlamentar bolsonarista se notabilizou por ser contra o distanciamento social, a vacinação de crianças contra covid-19 e pela defesa do uso de medicamentos sem eficácia comprovada, como a cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina.
Dr. Luiz Ovando participou das manifestações a favor da intervenção militar e não reconhece a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Fiel ao presidente Jair Bolsonaro (PL), ele defende a volta do voto impresso e critica a urna eletrônica, apesar de ter sido eleito e reeleito pelo atual sistema de votação.
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Médico e famoso por defender o fim do horário de verão, medida adotada por Bolsonaro no primeiro ano de mandato, o deputado vem se notabilizando por integrar o grupo contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Nos últimos meses, com o início de uma nova onda da covid-19, o Ministério da Saúde tornou obrigatório o uso de máscaras nos aeroportos e aviões. Dr. Luiz Ovando apresentou um decreto na Câmara dos Deputados para suspender a resolução e liberar os passageiros da obrigatoriedade do uso da proteção facial, considerada estratégica para reduzir o número de casos.
O progressista também apresentou projeto para suspender a resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que tinha autorizado a vacinação de crianças de 5 a 11 anos de idade contra a covid-19 em dezembro do ano passado.
“Não sou contra as vacinas, até porque é a iniciativa sanitária mais eficaz que existe há 226 anos. Sou contra a obrigatoriedade diante uma iniciativa ainda experimental, e a ANVISA não disponibiliza os dados da fase IV sobre a efetividade dos imunizantes e suas complicações”, defendeu o deputado, em uma entrevista.
“Há muito interesse econômico, e a ambição da indústria farmacêutica é avassaladora. Estão preocupados com o lucro, e não com a segurança da população. Não se justifica vacinar crianças, adolescentes até 17 anos de idade ou gestantes”, justificou-se.
“Nem mesmo essa 3ª dose, chamada de reforço, encontra fundamento científico. Hoje, no Brasil, praticamente toda a população já tem os anticorpos porque a doença se disseminou, e está faltando a ANVISA mostrar os resultados da fase IV. Por isso, sou contra esse PASSAPORTE FATÍDICO, fruto da ignorância da maioria, conivência da ANVISA e ambição desmedida das farmacêuticas”, defendeu.
Por outro lado, contrariando cientistas, pesquisadores e a classe médica, o deputado defendeu o tratamento precoce contra a covid-19. “O uso da cloroquina, ivermectina e hidroxicloroquina, são medicações que se fossem usadas, isso tem projeção, nós teríamos reduzido mais de 60% de mortes. Eu como médico continuo tratando os pacientes agora. A vacina provou que ela não é eficaz”, defendeu.
Ele também foi contra as medidas adotadas para reduzir a propagação do coronavírus, como lockdown, toque de recolher e isolamento social. Essas medidas foram adotadas na gestão do PSDB, inclusive, Riedel foi o responsável pelo anuncio como coordenador do Prosseguir.
“Essa Pandemia foi usada politicamente buscando desestabilizar o governo do presidente Bolsonaro. Contando com, e explorando a ignorância do povo, passaram por cima dos princípios fundamentais da medicina. Negaram o isolamento vertical, estimularam o lockdown e fizeram ouvidos moucos impedindo o contraditório. Negaram o tratamento sob argumento de que não havia evidência e se esqueceram de que também não havia evidência das vacinas, ao passo que a ANVISA liberou a Coronavac em caráter emergencial com níveis muito próximos a placebo”, criticou o deputado.
Dr. Ovando defende as manifestações em frente aos quartéis. Ele participou de vários protestos no CMO (Comando Militar do Oeste), no qual os bolsonaristas pedem golpe militar para evitar a posse de Lula.
“Há uma suspeita de fraude pairada no ar. E a população não quer isso. Eu quero crer que essa eleição precisa ser esclarecida, então eu acho de fundamental importância o posicionamento da população se manifestando e querendo que os responsáveis pela lisura do processo venham a público e digam: ‘Isso aqui é verdadeiro’. E mostrem fatos. O que eu acredito que não vai acontecer, infelizmente (…) A população está correta, é preciso esclarecer”, defendeu.
“Não podemos chegar a uma condição de aceitação em que acredita-se em uma votação séria e honesta mas que, na verdade, pela ação do Supremo Tribunal e do TSE houve a colocação do presidente entre aspas ‘eleito’. Eu divido essa dúvida. Na verdade ele foi colocado, ele (Lula) foi nomeado pelo Supremo, ao invés de ser verdadeiramente eleito. Acho que está correta a manifestação”, defendeu.
Em todas as manifestações, o deputado chama o presidente eleito de “ladrão” e “corrupto”. Dr. Ovando segue a linha de Sandro Benites Trindade, secretário municipal de Saúde de Campo Grande. Antes de ser nomeado pela prefeita Adriane Lopes (Patri), ele viralizou ao comandar um “clamor” por intervenção junto ao comandante do Oeste, general Anísio David.
Conforme o Correio do Estado, Riedel pode nomear Ovando para a Saúde para abrir a vaga de deputado federal para o presidente da Sanesul, Walter Carneiro Júnior (PP), que perdeu nas urnas, mas teria a benção da senadora eleita, Tereza Cristina (PP), para assumir a vaga na Câmara dos Deputados.