Mário Pinheiro, de Paris
Eva Kaïlí, 44 anos, uma linda jornalista, ex-âncora do jornal na Grécia, eleita deputada no parlamento europeu, encontra-se presa na Bélgica apesar de sua imunidade parlamentar. A denúncia de corrupção para facilitar os negócios dos Emirados Árabes na Europa fez a polícia belga apreender 150 mil euros em espécie e presentes oriundos do Catar no apartamento de Kaîlí.
As buscas foram feitas também em Milão, na casa do homem de negócios, ex-deputado socialista e representante da Comissão de Direitos Humanos, Pier Antonio Panzeri, onde os carabinieri encontraram 600 mil euros em vários sacos.
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O Parlamento Europeu foi sacudido com a notícia. É como se no Brasil, o MP descobrisse o imenso esquema de rachadinha do clã Bolsonaro, mas sem nenhum resultado devido a influência e pressão que se faz sobre os membros do Ministério Público e da própria Polícia Federal. A imunidade parlamentar não foi suficiente pra evitar a cadeia para Kaïlí.
A operação prendeu seis pessoas ligadas a Kaïlí, atual vice-presidente do Parlamento europeu. Panzeri, na Itália, é visto como o cérebro do esquema da infiltração do Catar na economia e no parlamento europeu.
A deputada não esperava que sua estrela se apagasse de forma tão repentina, escandalosa e vergonhosa. Presa, acusada de corrupção, suspensa de todas as funções. Ela era a personalidade política que impunha respeito aos dirigentes do mais alto escalão europeu.
É dando que se recebe
Mas não vamos atirar pedras na deputada, ela clama inocência. E existem pessoas piores que ela, com aquele jeitinho de facilitar as coisas aos Emirados Árabes, mas não foram parar na prisão.
A Copa do Mundo é no Catar. Pois bem, a corrupção é sutil, sorrateira, silenciosa, até que a imprensa descubra e coloque diante do ventilador. Se o Catar tenta se infiltrar na Europa, ela influenciou Seff Blater, da FIFA, Michel Platini que era presidente da liga europeia de futebol, Zinedine Zidane e membros do baixo clero do então presidente Sarkozy.
Em 30 de junho de 2010 o Catar se tornava dono do PSG, cujo objetivo era fazer o clube ganhar a Champions League. Os padrinhos Zidane e Platini que apoiaram a escolha da Copa no Catar ficaram com as contas bancárias gordas.
A FIFA, para desencargo de consciência, abriu uma CPI da corrupção incluindo jogadores brasileiros, mas tudo acabou em pizza. Se a França ganha a Copa do Mundo contra a Argentina, não se assustem, faz parte do plano. Se a Argentina bate os gauleses em terras catarianas, é vencer duas vezes e a estrela pode ofuscar o perdedor.