Em fim de mandato no Senado, Simone Tebet (MDB) disse a aliados, conforme o jornal O Globo, que não vai aceitar ministério decorativa e só vai aceitar o comando do Desenvolvimento Social. A senadora estaria disposta a ficar sem cargo no Governo Lula caso o petista não aceite suas reivindicações.
Ainda sem cargo definido no futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a senadora já alertou à alta cúpula petista que não aceitará um “ministério decorativo”, de acordo com o jornal O Estado de São Paulo.
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Terceira colocada no primeiro turno da eleição presidencial com 4,9 milhões de votos, Tebet tornou-se cabo eleitoral de Lula na disputa com Jair Bolsonaro (PL). Após a vitória do petista, tudo levava a crer que ela assumiria um ministério no novo governo, mas, um mês e meio após o pleito, nada foi decidido.
De acordo com o Estadão, a senadora está sendo pressionada por integrantes do PT a abrir mão do Ministério do Desenvolvimento Social, para o qual era cotada e o qual seria sua preferência.
O partido entende que pode ser um problema futuro entregar uma pasta tão importante, responsável pelo programa Bolsa Família, a uma possível adversária na eleição presidencial de 2026.
Tebet nunca condicionou seu apoio a Lula a um cargo no novo governo. Por isso, tem dito a aliados que prefere ficar sem ministério do que assumir uma pasta de menor relevância.
A senadora avisou a pessoas próximas ao novo presidente que, para integrar o governo, deseja uma pasta com a qual tem “afinidade”. Além do Desenvolvimento Social, ela estaria disposta a assumir a Educação ou a Indústria e Comércio.
No entanto, Lula já tem nomes para as duas pastas. A educação deve ser comandada pelo senador eleito do Ceará, Camilo Santana (PT) ou pela governadora cearense, Izolda Cela (sem partido). Já para a Indústria e Comércio, o convite foi feito a Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Outras possibilidades seriam a Agricultura e o Meio Ambiente. Para a primeira, pesa contra Tebet o fato de defender uma agenda de agronegócio sustentável, o que não é bem visto por boa parte do setor.
No Meio Ambiente, a favorita para o cargo é a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP), com quem a senadora tem boa relação. Ela teria avisado, inclusive, que não aceita “atropelar” a colega.