Com 12 mil professores temporários da rede estadual de ensino ganhando 47,7% menos em relação aos concursados, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul quer reajustar em 25% os salários do vice-governador e dos secretários estaduais. A alegação da Mesa Diretora é a defasagem de 26,14% nos subsídios, considerando-se a inflação oficial dos últimos quatro anos.
O salário do governador eleito, Eduardo Riedel (PSDB), não vai ter aumento e vai continuar em R$ 35.462,27. Ele não terá reajuste porque não houve correção nos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal, usado como teto do funcionalismo público. A proposta ainda está em discussão no Congresso Nacional.
Veja mais:
Professores protestam contra discriminação de convocados, que recebem 47% menos em MS
Com alta de 33%, 74 cidades não cumprem piso e podem elevar salário de professor em até 100%
Professores terão reajuste de até 15%, mas Governo estica piso de 100% para 2027
No entanto, o presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa (PSDB), junto com os demais integrantes da Mesa Diretora, apresentou o projeto para corrigir os salários do primeiro escalão na gestão de Riedel.
O salário do vice-governador eleito, José Carlos Barbosa, o Barbosinha (PP), terá aumento de 25%, passando de R$ 28.369,82 para R$ 35.462,27. O progressista nem tomou posse e já vai ter direito a receber o mesmo valor pago ao governador do Estado.
O valor a ser pago a cada um dos 11 secretários estaduais terá correção de 21,24%, de R$ 28.369,82 para R$ 34.398,40.
O reajuste não teria problema nenhum se a vida corresse em um estado rico. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, mais da metade dos professores da rede estadual recebe 47,47% menos em relação aos efetivos.
Durante a campanha eleitoral, Riedel se comprometeu a equiparar os salários dos professores convocados e efetivos. Não se ouviu, em nenhum da fase de pré-campanha e de campanha, que a prioridade do tucano seria a correção nos salários do vice e dos secretários estaduais.