O Grupo de Transição dos Povos Originários incluiu sete áreas indígenas a serem incluídas na lista de prioridades do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Mato Grosso do Sul. A demarcação e declaração como terra indígena atingirá 128 mil hectares e vai incluir a fazenda das primas da ex-ministra da Agricultura e senadora eleita, Tereza Cristina (PP), do Centrão.
De acordo com o advogado Eloy Terena, integrante da equipe de transição, o grupo indicou 79 áreas indígenas em todo o País. Sete são de MS, sendo duas ainda precisam ser declaradas como terra indígena e cinco para ser demarcadas fisicamente.
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Uma das áreas é a Terra Indígena Taunay Ipegue, em Aquidauana, que deve ser ampliada dos atuais 6.336 hectares para 33,9 mil e contemplará 4.090 índios da etnia Terena. A área é polêmica porque engloba a Fazenda Esperança, das irmãs Miriam e Mônica Alves Corrêa, primas de Tereza Cristina.
Em agosto de 2019, índios ameaçaram invadir a propriedade para pressionar o Governo de Jair Bolsonaro (PL) a cumprir a determinação da Justiça para ampliar a área demarcada. Para impedir a invasão, Reinaldo Azambuja (PSDB) mobilizou 30 policiais militares, inclusive da Tropa de Choque, para proteger a propriedade das primas da deputada federal.
A área com maior extensão incluída na lista de prioridades é Aldeia Cachoeirinha, em Miranda, com 36 mil hectares e que contemplará 4.920 terenas.
Em Paranhos falta demarcar a Aldeia Potrero Guaçu, com 4 mil hectares e 786 índios. Ainda precisa ser demarcada a TI Jata Yvary, em Ponta Porã, com 9 mil hectares e 480 índios. Em Sete Quedas, o GT listou a Reserva Indígena Sombrerito, com 13 mil hectares e 209 pessoas.
Duas áreas ainda precisam da primeira etapa antes da demarcação, que é a declaração de área indígena. Em Paranhos está a Ypoi-Triunfo, com 20mil hectares e 869 índios. Outros 12 mil precisam ser demarcados para a Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica, em Douradina, onde vivem 1.016 índios.