Vanessa Barcellos
O tabagismo é um fator de risco para diferentes doenças e entre elas está o câncer de bexiga. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), cerca de 50% a 70% dos casos estão relacionados ao uso do cigarro. Além do tabagismo, a exposição a compostos químicos em alguns postos de trabalho também pode aumentar a chance do aparecimento desse tumor.
De acordo com dados do instituto, esse câncer é considerado o 7° mais incidente na população masculina e o 14° entre as mulheres. Entre os homens que já foram afetados pela doença, está o apresentador Celso Portiolli, que fará tratamento médico até 2023.
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A recomendação de todos os órgãos ligados à saúde é que, ao perceber qualquer alteração na urina, o paciente procure imediatamente um urologista para averiguar o caso e, após os exames, descartar ou constatar a presença do tumor.
Conhecer a fundo os fatores de risco é uma medida eficaz para prevenir a doença. Além disso, o domínio sobre sintomas, diagnóstico e tratamento pode ajudar a minimizar os riscos do câncer de bexiga.
Fatores de risco para o câncer de bexiga
O tabagismo é um dos principais fatores de risco para o câncer de bexiga. Ao lado dele, está a exposição a compostos químicos. De acordo com o Inca, pessoas que trabalham em contato direto com substâncias presentes em tintas, borrachas, produtos químicos e equipamentos elétricos podem ter mais facilidade em apresentar essa condição.
Por esse motivo, trabalhadores de fábricas dos ramos de agricultura, construção, fundição, extração de óleos e gorduras, mineração, siderurgia, indústria têxtil, alimentos, alumínio, borracha, tinturas, gráfica e petróleo estão mais suscetíveis ao risco. Além disso, cabeleireiros, maquinistas, motoristas de caminhão, pintores e tecelões também podem apresentar risco aumentado de desenvolvimento da doença.
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) pontua que a incidência dos casos é maior em homens brancos, sendo mais alta em idosos após os 60 anos de idade.
Conheça os sintomas do câncer de bexiga
O principal sinal de que algo não vai bem com a bexiga aparece na hora de urinar. Segundo a SBU, a presença de sangue na urina costuma ser o sintoma mais comum para os casos de câncer na bexiga e ocorre em 37% a 62% nos pacientes acometidos pela doença. Na maioria dos quadros, o episódio pode ser detectado a olho nu, sem auxílio de microscópio.
A sociedade explica que as pessoas com essa doença também podem apresentar dor ou sintomas irritativos, como urgência miccional ou desejo de ir ao banheiro diversas vezes ao dia. Quando há a presença desses sinais, os pacientes precisam recorrer ao médico, pois esses também são sintomas de doenças de causas inflamatórias e infecciosas.
Dores na lombar, presença de massa palpável na barriga, inchaço nos membros inferiores e emagrecimento também podem acometer os pacientes com câncer na bexiga em casos raros ou avançados, de acordo com a SBU.
Como são feitos diagnóstico e tratamento?
Assim como ocorre com a maioria dos casos de câncer, a detecção precoce do tumor na bexiga é uma estratégia que possibilita maior sucesso no tratamento. Conforme pontua o Inca, o diagnóstico pode ser feito por meio de investigação em exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos em pacientes com sinais e sintomas da doença.
Os exames mais comuns, segundo o Instituto, são os de urina, tomografia computadorizada e cistoscopia, podendo ser usado para retirar células para biópsia. Há também como detectar o câncer em exames periódicos em pessoas que se encaixam nos fatores de risco, antes mesmo de apresentarem quaisquer sintomas da doença.
O tratamento para o câncer de bexiga depende do grau de evolução do tumor em cada paciente. Conforme a SBU, o procedimento baseia-se na ressecção completa das lesões por via endoscópica. Em casos mais avançados, o urologista responsável pode indicar a remoção cirúrgica da bexiga.
A recomendação de tratamentos adicionais como terapias intra-vesicais, radioterapia e quimioterapia podem ser necessárias para evitar a recorrência da doença.
Prevenção é solução contra a doença
Para evitar o surgimento do câncer de bexiga, é possível buscar por métodos de prevenção a partir de alguns fatores de risco. As recomendações do Inca são não fumar e evitar o tabagismo passivo.
De acordo com o instituto, o fumo passivo é a inalação da fumaça de produtos derivados do tabaco por pessoas que não são fumantes, mas que convivem com quem fuma em ambientes fechados.
Outro método de prevenção contra a doença é a não exposição a locais com substâncias químicas. Aminas aromáticas, azocorantes, benzeno, benzidina, cromo/cromatos, agrotóxicos, HPA, óleos, petróleo, naftalina e aminobifenil são alguns exemplos de compostos que devem ser evitados para minimizar os riscos de desenvolvimento do câncer de bexiga.