Os professores vão manter a greve nas escolas municipais de Campo Grande até amanhã (8) e vão reavaliar os rumos da luta pelo reajuste de 10,39%, previsto em lei para novembro, na próxima segunda-feira (12). A determinação do desembargador Sérgio Fernandes Martins, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, era para que a paralisação fosse suspensa imediatamente.
A ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação) vai pedir reconsideração da decisão judicial, que fixou multa diária de R$ 50 mil pelo descumprimento. A decisão é uma derrota para a prefeita Adriane Lopes (Patriotas), que esperava o fim da paralisação em decorrência da liminar judicial.
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Os professores deixaram cerca de 110 mil estudantes sem aulas porque exigem o cumprimento da Lei Municipal 6.796/2022, que prevê a implantação do piso nacional do magistério para 20 horas até o final de 2024. A primeira medida para cumprir o acordo era o reajuste de 10,39%.
No entanto, a prefeita alegou que não há margem para elevar os salários, mesmo sendo determinação legal, porque o gasto com pessoal superou o limite prudencial previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal. O índice seria de 51,3%, mas estaria em 57,1%.
Com a decisão da ACP, a Capital corre o risco de emenda uma greve na outra. Nesta sexta-feira, os motoristas do transporte coletivo decidem se cruzam os braços e deixam a Capital sem ônibus.
O Consórcio Guaicurus atrasou o pagamento dos salários, feito regiamente no 5º dia útil. A previsão é de que o pagamento ocorra no dia 12 deste mês. No entanto, os trabalhadores não querem esperar e podem iniciar greve por tempo indeterminado.
A paralisação do transporte coletivo pode ser a segunda da gestão de Adriane, iniciada no dia 2 de abril deste ano. No primeiro mês de mandato, os motoristas também cruzaram os braços por falta de pagamento e pararam a cidade.