No segundo dia da greve, os professores da Rede Municipal de Ensino realizaram manifestação em frente à Prefeitura de Campo Grande e mantiveram a pressão sobre a prefeita Adriane Lopes (Patri). No entanto, a chefe do Executivo não recebeu a categoria nem sinalizou de que irá conceder o reajuste de 10,39%, como está previsto na Lei Municipal 6.796/2022.
Adriane aposta no Tribunal de Justiça para vencer a queda de braço com o magistério rapidamente. Ela pede que a Justiça declare a paralisação ilegal, aplique multa de R$ 100 mil por dia na ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) ou determine o retorno de 90% dos grevistas às aulas.
Veja mais:
Adriane Lopes é 2ª prefeita a ir à Justiçar para evitar greve e não pagar reajuste aos professores
Desembargador nega liminar e prefeita apela para que 90% dos professores trabalhem na greve
Para impedir greve dos professores, Adriane recorre à Justiça e pede multa de R$ 100 mil
Contra o descumprimento de lei pela 4ª vez, professores entram em greve por reajuste de 10,39%
A decisão caberá ao desembargador Sérgio Fernandes Martins, do TJMS. Ele negou a liminar, mas prometeu reavaliar o pedido após a manifestação do sindicato. O magistrado diz que a defesa deverá ser protocolada até amanhã.
Durante o ato no Paço Municipal, os profissionais da educação apresentaram teatro e fizeram discursos em defesa do piso nacional para a jornada de 20h. Uma conquista obtida há 10 anos, na gestão de Nelsinho Trad (PSD), mas que nunca foi cumprida pelos sucessores.
A greve dos professores da Reme iniciou na sexta-feira (02) e está prevista para ir até o dia 9 de dezembro. A categoria reivindica o cumprimento da Lei Municipal n. 6.796/2022, aprovada em março de 2022 após negociação entre sindicato e prefeitura, que alterou a Lei Municipal n. 5.411/2014 e definiu uma nova política salarial do Piso 20h, com cronograma de correções salariais até 2024.
Amanhã, os professores farão manifestação, a partir das 8h, na Câmara Municipal. O objetivo é obter o apoio dos vereadores, os mesmos que aprovaram todas as leis não cumpridas pelos últimos prefeitos: Gilmar Olarte, Alcides Bernal, Marquinhos Trad e Adriane Lopes.
Já teve até vereador que criticou a lei aprovada neste ano pelo próprio legislativo, mas, esperto como todo político brasileiro, tentou responsabilizar o prefeito pela aprovação. É a esperteza política brasileira em ação, enquanto a educação sofre com a falta de investimentos e o futuro continua comprometido.