O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), teve a campanha mais cara na disputa pelo Senado em Mato Grosso do Sul, conforme a prestação de contas feita à Justiça Eleitoral. O juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PSD) teve o maior gasto per capita por eleitor, de R$ 19,48, enquanto o menor valor foi da campanha do professor Tiago Botelho (PT), apenas R$ 3,64 por cada voto conquistado.
A senadora eleita, Tereza Cristina (PP), do polêmico Centrão, ficou em 2º lugar no valor de arrecadação e em 3º na despesa total. A ex-ministra da Agricultura teve o presidente Jair Bolsonaro (PL) como principal cabo eleitoral e ainda contou com o apoio dos três candidatos a governador.
Veja mais:]
Dagoberto tem campanha mais cara e maior gasto por eleitor; cada voto de Pollon custou R$ 8,49
Candidato dos clubes de tiro dispara e é o mais votado para a Câmara dos Deputados
Marcos Pollon é contra o revogaço de Lula para tirar armas de grosso calibre de circulação
Conforme o Tribunal Regional Eleitoral, Tereza arrecadou R$ 3,146 milhões, sendo R$ 2,279 milhões do fundo especial das eleições, o polêmico fundão, que foi repassado pela direção nacional e estadual do Progressistas. Ela teve R$ 866,5 mil de doações de empresários, como Rubens Ometto Silveira Mello (R$ 100 mil), Raul Francisco Mendes Prates (R$ 100 mil) e Milton Insuela Pereira Júnior (R$ 70 mil).
A deputada declarou gastos de R$ 2,666 milhões, sendo que o maior desembolso foi com doações para outros candidatos (R$ 1,034 milhão). Como conquistou 829.149 votos, a parlamentar gastou R$ 3,79 por eleitor.
Os gastos dos candidatos a senador de MS
- Mandetta – R$ 3.149.045,00
- Juiz Odilon – R$ 2.816.199,18
- Tereza Cristina – R$ 2.666.496,60
- Tiago Botelho – R$ 645.347,00
- Anizio Tocchio (PSOL) – R$ 149.422,93 (teve os votos anulados)
A maior receita, no montante de R$ 3,160 milhões, foi declarada por Mandetta, que ficou em segundo lugar na disputa pela única vaga de senador. Quase a totaleidade veio do União Brasil, R$ 2,858 milhões, seguido por doações de R$ 50 mil de Raquel Menezes Vieira Machado, Roberto Luiz Leme Kablin, Cândido Botelho Bracher e do próprio candidato.
O ex-ministro de Bolsonaro teve despesa de R$ 3,149 milhões. O maior desembolso foi para o pagamento de pessoal. Considerando-se a arrecadação e a votação obtida, 206.093 votos, cada voto custou R$ 15,33 para Mandetta, valor só inferior ao gasto por Odilon.
Coordenador do curso de Direito da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Tiago Botelho surpreendeu ao ficar em 3º lugar. Ele arrecadou R$ 649 mil. A maior parte veio do fundão, R$ 600 mil, repassados pelo PT. Também teve doação de Leonardo Gomes Pereira (R$ 25 mil) e a vaquinha virtual (R$ 14,6 mil).
O advogado declarou despesa de R$ 645,3 mil, sendo o maior gasto foi a militância (R$ 175,9 mil). Botelho conquistou 178.041. O gasto médio para conquistar cada eleitor foi de R$ 3,64, o menor entre os candidatos a senador nas eleições deste ano.
O juiz Odilon ficou em 4º lugar com 146.261 votos, mas não foi por falta de investimento. Dos R$ 2,849 milhões arrecadados para a atual campanha, ele obteve R$ 2,8 milhões da direção nacional do PSD. O ex-ministro Gilberto Kassab, presidente nacional da sigla, apostou no magistrado.
Odilon gastou R$ 2,816 milhões, o 2º maior gasto da campanha, conforme a declaração oficial feita à Justiça Eleitoral. A maior despesa foi a doação de R$ 1,007 milhão para outros candidatos. Em média, cada voto custou R$ 19,48 para o juiz, o mais caro entre os candidatos na disputa.