A deputada federal Rose Modesto (União Brasil) é a terceira da bancada de Mato Grosso do Sul a assinar o requerimento para criar a CPI do Abuso de Autoridade do STF e do TSE. A investigação passou a ser a principal arma dos bolsonaristas contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, que vem agindo para manter o resultado das eleições e garantir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Proposta pelo deputado federal Marcel Van Hattem (Novo), do Rio Grande do Sul, a CPI tem 190 assinaturas, mais que o mínimo necessário para ser instalada pela Câmara dos Deputados. Do Estado, Tereza Cristina e Dr. Luiz Ovando, ambos do PP, também assinaram o requerimento para elevar a pressão sobre os ministros do Supremo Tribunal Federal e do TSE.
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“Queremos ampliar ainda mais o apoio à CPI DO ABUSO DE AUTORIDADE. O pedido de abertura da CPI foi protocolado, mas quanto mais assinaturas, mais força teremos. Já passamos de 190! Se o seu deputado não está na lista, peça para ele registrar o apoio”, tuitou o gaúcho.
De Mato Grosso do Sul, a proposta não teve o aval dos deputados Fábio Trad (PSD), Loester Trutis (PL), Vander Loubet (PT), Dagoberto Nogueira e Beto Pereira, ambos do PSDB.
“Não podemos compactuar com censura de nenhum tipo, com bloqueios de contas bancárias e redes sociais sem o devido processo legal”, afirmou o autor do pedido. O documento solicita uma investigação sobre casos protagonizados pelos magistrados como ações de busca e apreensão nas residências de empresários por terem compartilhado em grupos de Whatsapp e bloqueios de contas bancárias de empresas e brasileiros que teriam financiado manifestações.
No entanto, a CPI não será criada neste ano. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), de Alagoas, já avisou que não há tempo hábil para criar a investigação. Ele aconselhou os interessados em manter a ofensiva bolsonarista a apresentar o requerimento novamente em 2023.
Com a posse dos novos deputados, a CPI do Abuso de Autoridade vai perder o apoio de duas deputadas federais em Mato Grosso do Sul. Rose Modesto não volta porque disputou o Governo e perdeu a eleição no primeiro turno. Tereza Cristina foi eleita senadora e vai assumir a vaga de Simone Tebet (MDB) no Senado.