Quatro deputados eleitos são cotados para integrar o primeiro escalão e o critério político deve prevalecer sobre o técnico na formação do secretariado de Eduardo Reidel (PSDB). A dança de cadeiras visa acomodar derrotados nas eleições deste ano e repete a mesma tática usada por Reinaldo Azambuja (PSDB).
O governador eleito não confirmou nenhum nome, mas as articulações e boatos seguem a mil nos bastidores da política estadual. Os deputados federais Geraldo Resende, Beto Pereira e Dagoberto Nogueira são cotados para assumir uma pasta para abrir a vaga de deputado federal para o vereador de Campo Grande, Professor Juari (PSDB),
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Outro derrotado nas urnas que pode ser contemplado com uma vaga na Assembleia Legislativa é o vereador e empresário João César Mattogrosso (PSDB). Nesta articulação, o mais cotado para integrar o primeiro escalão é o ex-prefeito de Bataguassu e deputado estadual eleito, Pedro Caravina (PSDB).
Conforme o Correio do Estado, Beto Pereira é cotado para assumir a Secretaria Estadual de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho. O critério, neste caso, não é a competência, mas os planos do PSDB de emplacar o deputado federal como candidato a prefeito da Capital em 2026, quando enfrentará a atual prefeita, Adriane Lopes (Patri).
Apesar de ter obtido o apoio da prefeita no segundo turno, considerado estratégico para virar na Capital, onde saltou do 4º lugar para o 1º, o tucano estaria planejando meios de fortalecer o nome de Beto Pereira para derrota-la na próxima eleição.
Nem o acordo para eleger o deputado estadual Lídio Lopes (Patri), marido de Adriane, para a presidência da Assembleia Legislativa, deverá ser cumprido. O Campo Grande News chegou a publicar uma matéria falando que houve compromisso escrito com os deputados eleitos pelo PSDB para apoiar o primeiro cavaleiro da Capital na presidência do legislativo estadual.
Prefeito de Terenos por dois mandatos, deputado estadual e no segundo mandato de deputado federal, Beto Pereira está de olho na Prefeitura de Campo Grande e estaria disposto a trocar o mandato de deputado pelo de secretário na esperança de ter mais visibilidade na Capital.
Dagoberto é cotado para comandar a Secretaria de Justiça e Segurança Pública. Ele já foi titular da pasta na gestão de Zeca do PT e tem como cartão de visita a Lei Seca. No entanto, o deputado, que foi do PDT por 31 anos, não é bem vista entre os policiais militares e bombeiros, mais alinhados com o presidente Jair Bolsonaro (PL).
A nomeação de Beto e Dagoberto abriria duas vagas para os suplentes na Câmara dos Deputados. Com 20,6 mil votos, Juari é o primeiro suplente. O segundo nome é o vereador de Três Lagoas, Dr. Cassiano Maia (PSDB), com 15.176 votos. O tucano treslagoense é cotado para ser o candidato à sucessão de Ângelo Guerreiro (PSDB).
O delegado Caravina é cotado para assumir o cargo de secretário estadual de Infraestrutura. Ele foi adjunto de Riedel na pasta e teria as credenciais para o cargo. A sua nomeação abre a vaga de deputado para o primeiro suplente, o vereador João César Mattogrosso, que obteve 11,6 mil votos.
Riedel segue a estratégia semelhante a usada por Reinaldo. No primeiro mandato, o tucano nomeou o Márcio Monteiro (PSDB) para a Secretaria de Fazenda e abriu a vaga de deputado federal para o vereador Elizeu Dionízio, da bancada evangélica.
No segundo mandato, Reinaldo nomeou Geraldo Resende (PSDB) para a secretaria de Saúde e garantiu o mandato de deputada federal para a primeira suplente, a ex-primeira-dama de Corumbá, Bia Cavassa (PSDB). Ela ganhou a vaga porque a Justiça Eleitoral anulou os votos de Alcides Bernal (PP).
Geraldo é cotado para voltar à Secretaria Estadual de Saúde como parte do arranjo para garantir vaga a um novo suplente, no caso, Juari.
Caso as nomeações se confirmem, Riedel abre a vaga para dois suplentes na Câmara dos Vereadores de Campo Grande: Ademir Santana e Claudinho Serra. O segundo é secretário em Sidrolândia, cidade administrada pela sogra, Vanda Camilo (PP).
No momento, os nomes são boatos e não foram confirmados por Riedel. Durante a campanha eleitoral, o governador eleito prometeu montar um secretariado com perfil técnico e não com arranjos políticos.