A Polícia Federal, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, deflagrou, neste domingo (20), a Operação Unlok, que investiga bolsonaristas por atos antidemocráticos em Dourados. Os policiais cumprem quatro mandados, sendo três de busca e a apreensão e um de prisão preventiva, contra os responsáveis pelo bloqueio das rodovias BRs 163 e 463 na última sexta-feira (18).
Durante o bloqueio realizado na sexta, os manifestantes descarregaram pneus e formaram uma barricada de fogo no trevo da Bandeira. Um veículo Uno pegou fogo e ficou totalmente destruído após furar o bloqueio.
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O grupo de pessoas investigadas deverá responder pelos crimes previstos nos artigoss 286 (incitação ao crime), 288 (associação criminosa), 330 (desobediência), 359- L (abolição violenta do Estado Democrático de Direito), todos do Código Penal.
Esta é a primeira vez que moradores de Mato Grosso do Sul são alvos da PF pelas manifestações contra a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) e a favor de golpe militar para impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com a assessoria da PF, mais pessoas são investigadas pelos crimes cometidos durante a manifestação em Dourados. Para não comprometer a investigação, o processo tramita em segredo de Justiça.
Para evitar a identificação, o carro usado para descarregar os pneus estava sem placas e os manifestantes estavam usando máscaras. “Os pneus que formavam a barreira na rodovia foram incendiados, gerando grande transtorno e perigo aos que por ali transitavam, resultando, inclusive, no incêndio de um veículo e sua completa destruição”, pontuou a PF.
Diante da situação, as Polícias Federal e Rodoviária Federal realizaram diligências e trocas de informações que culminaram com a identificação de alguns envolvidos na prática dos crimes. A Operação Unlok teve o aval da Justiça Federal em Dourados.
O Ministério Público Federal em Dourados denunciou dois empresários e o dirigente do CTG (Centro de Tradições Gaúchas) por financiar os atos a favor do golpe militar e pediu a condenação ao pagamento de multa de até R$ 400 mil.
A Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública identificou, por meio do relatório de inteligência, sete líderes das manifestações em Campo Grande. Os nomes foram encaminhados para o ministro Alexandre de Moraes, que preside o inquérito para investigar os atos antidemocráticos no Supremo Tribunal Federal.