Depois de uma retumbante e eleitoreira aparição nas manchetes dos jornais no segundo turno, o ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (sem partido), segue à espera do desfecho da Operação Pecúnia no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
Os recursos do MPE (Ministério Público Estadual), de Olarte, da ex-esposa Andréia Zanelato, de Evandro Simões Farinelli (apontado como testa de ferro) e do corretor de imóveis Ivamil Rodrigues de Almeida deveriam ser julgados no próximo dia 29 de novembro, após um ano parado na Justiça. Contudo, o processo foi retirado da pauta da 2ª Câmara Criminal, tida como a mais severa do TJ, por determinação do relator, o desembargador Jose Ale Ahmad Neto. O documento não explica o motivo.
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Conforme a movimentação processual, a apelação por crimes de lavagem estava conclusa ao relator em 16 de novembro do ano passado. Mas o recurso só voltou “a andar” em outubro deste ano. Na ocasião, houve oposição ao julgamento virtual.
A promotoria e os réus se insurgem contra a sentença do juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande. Em dezembro de 2020, o magistrado condenou Olarte a quatro anos e seis meses de prisão em regime fechado por ocultar bens. O político não comprovou a origem de R$ 1,3 milhão investido na compra de terreno e construção de mansão no condomínio de luxo Damha.
A segunda condenação do ex-prefeito, que já havia sido sentenciado a oito anos de prisão na operação Adna (corrupção passiva e lavagem de dinheiro), veio após o processo ficar dois anos parados na primeira instância da justiça estadual.
A pena para Andréia na operação Pecúnia foi de quatro anos e três meses em regime semiaberto. Contudo, Olarte e a ex-esposa foram absolvidos do crime de lavagem de dinheiro na compra de 10 imóveis.
Desta forma, o MPE recorreu e pede ao Tribunal de Justiça a condenação por lavagem de R$ 4,1 milhões em imóveis. Para a promotoria, há provas e indícios de que o então casal ocultou o dinheiro desviado da prefeitura na compra de um apartamento no interior de São Paulo, uma casa no residencial Villas Damha, quatro lotes e três chácaras na Chácara dos Poderes.
Evandro e Ivamil foram condenados a três anos e seis meses em regime aberto, com a substituição da pena por prestação de serviços à comunidade e pagamento de à entidade beneficente. Os réus pedem absolvição ou redução de pena.