Criticado pela concessão de liminares a favor da deputada federal Tereza Cristina (PP), do Centrão), na campanha eleitoral, o advogado José Eduardo Chemin Cury foi nomeado juiz titular do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul. A nomeação consta do decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, publicado nesta sexta-feira (18).
Ele atuava como juiz substituto da corte. Cury substituirá o advogado Daniel Castro Gomes da Costa, que cumpriu dois mandatos como juiz eleitoral.
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O advogado constava da lista tríplice encaminhada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul junto com os advogados Carlos Alberto Almeida de Oliveira e Lucas Costa da Rosa. O Tribunal Superior Eleitoral encaminhou os três nomes para Bolsonaro, que optou por Cury.
Irmão do juiz Fernando Chemin Cury, que atua como auxiliar da presidência do TRE, José Eduardo Chemin Cury tem pós-graduação em Direito Administrativo pela Unaes, Constitucional pela PUC-SP e em Direito Eleitoral. Ele é sócio do escritório Pradebon, Cury & Luna Associados, que tem atuado em recuperações judiciais em Mato Grosso do Sul.
O Tribunal Regional Eleitoral é composto por sete membros efetivos, sendo dois desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado, dois juízes de direito, dois advogados e um juiz federal.
Na campanha deste ano, Cury foi criticado por decisões favoráveis a Tereza Cristina. Um dos pontos principais foi a proibição no horário eleitoral de frase da ex-ministra da Agricultura, de que o brasileiro não passa fome por ter muita manga nas cidades. O advogado Tiago Botelho (PT), candidato a senador, chegou a acusar o magistrado de censura.
No entanto, José Eduardo Chemin Cury também desagradou aos bolsonaristas. Ele negou direito de resposta ao advogado Marcos Pollon (PL), eleito deputado federal mais votado, de que ele teria atacado a urna eletrônica e o ministro Alexandre de Moraes, do TSE.