Os bolsonaristas expulsaram os jornalistas de jornais e de emissoras de televisão da manifestação realizada há oito dias na frente do CMO (Comando Militar do Oeste). O último incidente envolveu uma equipe de TV do SBT MS. O Sindijor/MS (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul) e Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) condenaram as “agressões e censura” aos profissionais da comunicação.
De acordo com sindicato, apenas nesta segunda-feira, houve registro de agressões contra profissionais de duas emissoras de televisão, SBT e Band MS, e dois sites, Campo Grande News e TopMídiaNews.
Veja mais:
Capital não adere à paralisação contra derrota de Bolsonaro; lista impulsiona ato no interior
Adesão a protesto contra vitória de Lula cai no 7º dia, mas ato no CMO reúne 40 mil bolsonaristas
Críticos do fique em casa na pandemia, bolsonaristas convocam paralisação geral na segunda
“O Sindjor-MS recebeu, nesta segunda-feira (7), diversos vídeos que mostram repórteres, cinegrafistas e auxiliares recebidos aos gritos, com palavras de baixo calão, ao tentarem fazer a cobertura destes atos”, informou a entidade.
“Uma das equipes relatou ao sindicato que somente conseguiu se aproximar do local mediante ‘escolta’ de manifestantes que chancelaram o trabalho dos jornalistas. Já outra equipe sequer conseguiu adentrar o local, diante do risco à integridade dos profissionais”, lamentou. “Ou seja, o que ocorre é não somente uma tentativa de impedir a imprensa de trabalhar, mas, principalmente, de informar aos cidadãos o que ocorre nestes movimentos”, frisou.
Um dos coordenadores do EndireitaMS, Danilo Assis, negou que tenha ocorrido qualquer tipo de agressão aos jornalistas. “Até o presente momento não presenciamos o ataque a jornalistas, até porque os mesmos estão evitando vir a manifestação e gravar os protestos”, afirmou.
“Como alertei ontem (domingo) ao jornalista Edivaldo do O Jacaré, todo jornalista que quiser comparecer ao ato será bem-vindo, desde que noticie a verdade com fotos e vídeos do local. Ontem foi o dia de maior movimento e poucos repórteres compareceram”, garantiu o advogado.
Confira a nota de repúdio:
“Fenaj e Sindjor-MS repudiam agressões e censura aos profissionais de imprensa de MS
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul (Sindjor-MS) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) vem a público repudiar veementemente a hostilização e violência contra os profissionais da imprensa local por parte de integrantes dos movimentos golpistas que, reunidos em frente ao Comando Militar do Oeste (CMO), em Campo Grande (MS), questionam o resultado das eleições presidenciais de 2022.
O Sindjor-MS recebeu, nesta segunda-feira (7), diversos vídeos que mostram repórteres, cinegrafistas e auxiliares recebidos aos gritos, com palavras de baixo calão, ao tentarem fazer a cobertura deste atos. Os registros em vídeo que, até o momento, foram apresentados ao Sindjor-MS apresentam equipes do SBT MS, TV Guanandi (Band), e dos sites Campo Grande News e TopMídia News sendo hostilizados pelos manifestantes.
Uma das equipes relatou ao sindicato que somente conseguiu se aproximar do local mediante “escolta” de manifestantes que chancelaram o trabalho dos jornalistas. Já outra equipe sequer conseguiu adentrar o local, diante do risco à integridade dos profissionais.
Ou seja, o que ocorre é não somente uma tentativa de impedir a imprensa de trabalhar, mas, principalmente, de informar aos cidadãos o que ocorre nestes movimentos.
O acesso à informação é um dos pilares do estado democrático de direitos, que vem sendo constantemente ferido durante estes atos antidemocráticos organizados por um grupo que questiona a vontade da maioria brasileira, externada nas unas no dia 30 de outubro.
Nos solidarizamos com os profissionais de imprensa hostilizados, e ressaltamos que estamos à disposição para atendê-los, bem como a toda a categoria, com o objetivo de garantir que os profissionais de imprensa possam trabalhar, levar informação à sociedade, e exercer o direito de ir e vir.
Informamos, ainda, que a assessoria jurídica do sindicato está tomando as providências legais contra este tipo de cerceamento, de forma a garantir a integridade dos jornalistas.
Campo Grande – MS, 7 de novembro de 2022.
Sindicato dos Jornalistas Profissionais de MS (Sindjor/MS)
Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)”