Defensor de cloroquina e da Ivermectina para combater a covid-19, o médico e major do Exército, Sandro Trindade Benites (Patri) perdeu força e apoio político para assumir a Secretaria Municipal de Saúde. A situação do vereador piorou com o discurso na quarta-feira (2) em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste), no qual pediu a intervenção do Exército para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A situação do parlamentar é crítica, porque ele também corre o risco de ter o mandato cassado pelo parlamento. Nesta semana, o vereador André Luís, conhecido como Professor André (Rede), planeja protocolar o pedido de cassação do mandato de Sandro Benites por causa do atentado contra a democracia.
Veja mais:
Críticos do fique em casa na pandemia, bolsonaristas convocam paralisação geral na segunda
Câmara reage a fala golpista e vereador pode ser cassado por agir contra a democracia
Bolsonaristas suspendem bloqueio nas rodovias, mas mantém interdição parcial de via na Capital
Discreto, o presidente da Câmara Municipal, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), não gostou de ver exposto nas redes sociais e grupos de aplicativos o puxão de orelhas dado em Sandro. Ele cobrou respeito à democracia, às urnas eletrônicas e destacou que todos foram eleitos pelo mesmo sistema.
Na última quinta-feira, Sandro não participou da sessão ordinária na Câmara. Na ocasião, todos os vereadores presentes ocuparam o microfone para condenar o seu discurso golpista e defender a democracia. Houve sinalização de que um eventual pedido de cassação do mandato teria o apoio da maioria dos vereadores.
Além do mandato na corda bomba, Sandro perdeu força para assumir a Sesau, apesar de fazer parte do mesmo partido da prefeita Adriane Lopes. Ela vem sinalizando que poderá manter o secretário José Mauro Castro no cargo.
O vereador também foi um ardoroso defensor da cloroquina e da Ivermectina contra a covid-19. Apesar da ciência e de profissionais da saúde garantirem que os medicamentos não possuem efeito nenhum contra a doença, ele convenceu o presidente Jair Bolsonaro a enviar 30 mil comprimidos para a Capital.
No entanto, os vereadores e o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul defendem a mudança. A maioria defende a indicação do vereador Vitor Rocha (PP).