Inconformados com a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano, os bolsonaristas estão convocando paralisação geral de 24 horas na segunda-feira (7) em defesa da intervenção militar e contra a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O curioso é que o grupo foi o principal crítico do fechamento do comércio e do fique em casa durante a pandemia como política para salvar vidas.
Agora, além da mobilização na frente dos quartéis, os movimentos querem greve geral, comandada pelas empresas, para salvar o mandato de Bolsonaro. “Estamos conversando ainda. Segunda é um dia importante para a nação. As Forças Armadas disponibilizarão resultado da auditoria das urnas”, antecipou o líder do EndireitaMS, Danilo Assis.
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“A questão da paralisação é para mostrar que o Brasil está nas ruas. Pedindo por mais lisura no processo eleitoral que vivemos, contra a censura que lideranças da direita estão sofrendo”, afirmou. O último caso que vem causando indignação foi a exclusão do deputado federal eleito por Minas Gerais, Nicolas Ferreira (PL) do Twitter e da deputada federal Carla Zambelli das redes sociais.
Um dos representantes do movimento, Assis tenta justificar o fechamento do comércio e das empresas por um dia. “Durante a pandemia a paralisação era em forma de LOCKDOWN, com decretos inconstitucionais que aprisionaram as pessoas em casa. Os jornalistas na época foram favoráveis e pediram fechamento total alegando que a economia a gente poderia ver depois na famosa frase: economia a gente vê depois”, explicou o advogado.
“Pois bem, estamos defendendo a democracia, o direito de se manifestar garantido pela Constituição. Ninguém será obrigado a parar, mas pedimos aos brasileiros que desejarem sair as ruas e manifestar, de forma pacífica e ORDEIRA, como aqui no CMO, onde as vias seguem liberadas, sem fechamento e sem registros de violência ou ocorrências de furto”, concluiu.
Além da paralisação na segunda, o movimento segue com as manifestações no CMO (Comando Militar do Oeste), na Avenida Duque de Caxias, em Campo Grande. A vigília ocorre pelo 5º dia consecutivo.
A concentração começou no final da tarde de segunda-feira. O ápice ocorreu na quarta-feira, feriado de Finados, quando 50 mil pessoas, segundo a organização, participaram da manifestação pedindo intervenção militar. A PM e a Guarda Municipal não divulgaram estimativa de público.
Danilo Assis prevê que o movimento será ainda maior neste domingo.