O ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Antunes Olarte (sem partido), pediu perdão por ter gravado um vídeo, no qual declarou apoio ao candidato a governador Capitão Contar (PRTB), e ficou livre de qualquer punição por ter usado o telefone celular. Além disso, ele obteve aval para ficar sete dias fora do presídio e ainda autorização para voltar a frequentar a faculdade no período noturno.
Condenado a oito anos e quatro meses por corrupção passiva, Olarte foi beneficiado em despacho pelo juiz Albino Coimbra Neto, da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande. O magistrado considerou o fato do “sentenciado não registrar outras faltas disciplinares”.
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Antes de gravar vídeo para desgastar Contar, Olarte conseguiu aval para frequentar faculdade
Preso há um ano para cumprir pena de 8 anos e 4 meses, Olarte vai para o semiaberto
Preso desde maio do ano passado para cumprir a pena imposta pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Olarte ganhou destaque na campanha eleitoral. Ele gravou um vídeo no qual acusava a empresária Iara Diniz, esposa de Contar, de ter sido seu braço direito na prefeitura e dizia que seria beneficiado pela eleição do candidato a governador de oposição.
O vídeo foi divulgado pelos sites e jornais da Capital como parte da campanha negativa contra o militar do Exército e para ajudar na campanha do governador eleito, Eduardo Riedel (PSDB). O vereador boquirroto, Tiago Vargas (PSD), usou o vídeo para alardear que o militar iria nomear pessoas indicadas por Olarte no Governo.
Após a gravação ser amplamente noticiada, Coimbra Neto suspendeu os benefícios de Olarte, como a saída para trabalhar, o curso noturno e determinou a sua prisão em regime fechado. A punição acabou sendo suspensa na quinta-feira passada (27 de outubro), três dias antes do segundo turno.
Durante a audiência, o ex-prefeito pediu perdão pelo “constrangimento” causado pelo vídeo e insistiu que a gravação foi feita apenas para a família e amigos. Ele ponderou que a Justiça sabia do uso do telefone. O corrupto ainda garantiu que a gravação não foi realizada dentro do presídio.
A promotor Regina Broch chegou a manifestar-se pela manutenção da prisão do ex-prefeito pela falta disciplinar que considerou grave. No entanto, prevaleceu o pedido da defesa, de que Olarte tinha autorização para usar o celular e pediu para que o caso não fosse considerado como infração disciplinar.
“Em atenção ao fato de o sentenciado não registrar outras faltas disciplinares (art. 143, I do Regimento Interno Básico das Unidades Prisionais 12140/06), estando cumprindo pena por único crime, o que revela do fato criminoso tratar-se de situação isolada na vida pregressa do sentenciado, restabeleço-lhe o regime semiaberto, devendo ser encaminhado somente para trabalho interno na unidade prisional”, determinou Albino Coimbra Neto.
O magistrado acabou autorizando Olarte a ter a segunda saída temporária do ano. Ele ficará sete dias fora da cadeia. Além disso, o ex-prefeito voltará a frequentar o curso noturno de Publicidade e Propaganda na Estácio de Sá.