O programa Profissão Repórter, da TV Globo, flagrou o assédio eleitoral sobre famílias pobres beneficiadas pelos programas Mais Social, lançado em julho do ano passado pelo Governo do Estado, e pelo Auxílio Brasil, da gestão federal. O flagrante do suposto uso da máquina ocorreu em Coronel Sapucaia, que despertou o interesse após o Lula e Bolsonaro obterem a mesma quantidade de votos no 1º turno.
Ao tentar mostrar a cidade dividida, Caco Barcellos e Chico Bahia flagraram o assédio eleitoral a 48 horas da votação no segundo turno. Famílias beneficiadas pelo programa foram convocadas para reunião no Centro Cultural Fátima Silva, do Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação da cidade.
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Conforme o programa, o salão estava lotado de famílias beneficiadas pelo programa social. Apesar de uma mulher citar o Mais Social, o jornalista focou no Auxílio Brasil, criado por Jair Bolsonaro (PL). Uma mulher concordou em dar entrevista e revelou que a pressão era para votar no 22.
O prefeito de Coronel Sapucaia, Rudi Paetzold (MDB), foi procurado, mas não quis falar sobre o assunto. O repórter inclusive sofreu ameaças e foi aconselhado a deixar a cidade na fronteira com o Paraguai.
No primeiro turno, Lula e Bolsonaro conseguiram 4.254 votos em Coronel Sapucaia. No segundo turno, o presidente ficou com 4.530 votos (52,55%), enquanto o petista ficou com 4.090 (47,45%).
Na reta final da campanha eleitoral, o candidato a governador, Capitão Contar (PRTB), pediu investigação da Justiça Eleitoral sobre o assédio eleitoral das famílias beneficiadas pelo Mais Social. Conforme a representação feita pelo advogado Pedro Garcia, famílias estavam sendo coagidas a votar no candidato Eduardo Riedel (PSDB), que acabou se sagrando vencedor com mais de 56% dos votos válidos.