O presidente Jair Bolsonaro (PL) condenou, no primeiro pronunciamento realizado desde a derrota no domingo (30), o bloqueio de rodovias por bolsonaristas e caminhoneiros. Em breve e sucinta declaração, ele afirmou que não se deve repetir as práticas da esquerda e impedir o direito do brasileiro de ir e vir.
No discurso, ele não reconheceu a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que obteve 60,3 milhões de votos no 2º turno. Bolsonaro agradeceu os 58 milhões de brasileiros que lhe confiaram o voto no domingo.
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“Não podemos igualar as práticas da esquerda”, ressaltou, condenando a invasão de terras, destruição do patrimônio e o bloqueio de rodovias.
Ao condenar a interdição de rodovias, Bolsonaro sinaliza que poderá usar a força, como a Polícia Rodoviária Federal e o Exército, contra os bolsonaristas. Ele voltou a ressaltar que atua dentro da Constituição.
Sobre a transição, o ministro Ciro Nogueira, chefe da Casa, garantiu que o processo será cumprido. Lula indicou o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB) para conduzir a equipe de transição. O ministro vai ser o representante do Governo.
Leia a íntegra do discurso:
“Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia de 30 de outubro.
Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral.
As movimentações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser o da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônios e cerceamento do direito de ir e vir.
A direita surgiu, de verdade, em nosso país. Nossa robusta representação do Congresso mostra a forca dos nossos valores: deus, pátria, família e liberdade. Formaram diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso. Mesmo enfrentando todo o sistema, enfrentamos a pandemia e as consequências de uma guerra….
Sempre fui rotulado de antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das 4 linhas da Constituição. Nunca falei em controlar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República, este cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição. É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem liberade econômica, religiosa, de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira.
Muito obrigado.”