Além de não aceitar o resultado das urnas, os bolsonaristas desafiaram a Justiça Federal e voltaram a bloquear vários trechos da BR-163, causando congestionamento de até 10 quilômetros. Inconformados com a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL), os seguidores estão realizando protestos para pedir um golpe militar e impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De manhã, com o apoio do Batalhão de Choque e uso de granada de gás, a Polícia Rodoviária Federal liberou o tráfego de veículos na altura do quilômetro 490 da BR-163. Apesar da determinação judicial, a PRF não teria liberado outro trecho, na altura do km 550.
Veja mais:
Com apoio do choque e granada de gás, PRF retira bolsonaristas e libera BR-163 na Capital
Bolsonaristas fazem 28 bloqueios e protestam no CMO; Justiça manda liberar rodovias imediatamente
Advogado diz que é de direita, atirou para cima e chama bolsonaristas de “vagabundos”
Protesto de bolsonaristas tem tiroteio e corre-corre na BR-060; bloqueio atinge mais de 20 pontos
Horas após o desbloqueio, o grupo voltou a atear fogo em pneus para bloquear a BR-163 próximo do Shopping Bosque dos Ipês. De acordo com o Midiamax, o congestionamento chega a superar 10 quilômetros.
No Twitter, a PRF informa que não há local com interdição total em Mato Grosso do Sul. No entanto, a CCR MS Via informou que há três trechos com interdição total na BR-163, sendo dois na Capital (kms 490 e 550) e Dourados (km 256).
Com a manutenção do bloqueio, a PRF não cumpre determinação do Supremo Tribunal Federal, que fixou multa de R$ 100 mil por hora de descumprimento. O ministro Alexandre de Moraes também autorizou o uso da Polícia Militar para desobstruir as vias, já que a PRF vem sendo acusado de dar cobertura aos bolsonaristas.
O juiz federal Daniel Chiaretti, do plantão da Justiça Federal, determinou a liberação imediata das rodovias federais no Estado. A PRF poderá solicitar apoio da PM e da Polícia Federal. Ele ainda mandou a polícia identificar os autores do bloqueio para serem responsabilizados criminalmente.
Oito estados brasileiros já anunciaram que vão por a tropa da PM para liberar as rodovias, que vem causando falta de alimentos, combustíveis e até oxigênio nos hospitais. O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) não anunciou se vai retomar a ordem e garantir o direito de ir e vir no Estado. O tucano é acostumado a falar grosso com índios e sem-terra quando interditam rodovias.
Na Capital, os bolsonaristas usaram pneus para bloquear parcialmente a Avenida Duque de Caxias. Por 400 metros, entre o CMO (Comando Militar do Oeste) e a Avenida Afonso Pena, o tráfego de veículos ocorre em apenas uma das três faixas da via.
Na frente do Exército, com bandeiras e vestidos de verde e amarelo, eles querem a intervenção militar para manter Bolsonaro no poder e impedir a posse de Lula.
O ato é considerado antidemocrático porque os bolsonaristas não querem acatar o resultado das urnas e dar posse ao vencedor, apesar não haver protesto contra a posse de senadores, governadores e deputados eleitos em outubro deste ano.