Inconformados com a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL), bolsonaristas comandam 28 bloqueios de rodovias federais em Mato Grosso do Sul, sendo 13 locais com interdição total. Há pouco, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal, a Justiça federal determinou a liberação imediata das estradas federais.
Além da retenção do tráfego de veículos em todas as regiões, os bolsonaristas iniciaram, por volta das 16h, protesto em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste). Com centenas de veículos estacionados entre a área militar e a Avenida Afonso Pena, eles intercalam a manifestação com orações, buzinaços e a execução do hino nacional.
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O grupo pede, na prática, que o Exército dê um golpe de estado e impeça a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito neste domingo com 60,3 milhões de votos. Os bolsonaristas seguem revoltados com a derrota de Bolsonaro por pouco mais de 2,1 milhões de votos.
O bloqueio das rodovias federais começou em Bandeirantes, pela BR-163, ainda na noite de domingo. O movimento ganhou corpo no decorrer do dia e já são 28 locais com bloqueio no Estado, sendo 13 com interdição total – não passa nenhum tipo de veículo.
Entre os locais com bloqueio 100% estão dois trechos, os Kms 466 e 368 da BR-163, em Campo Grande, em Coxim (km 730), Sonora (837) e Naviraí (km 117). O tráfego está totalmente parado também na BR-060 em Camapuã (km 191) e em Paraíso das Águas (km 63). A BR-262 está trancada em Corumbá e Anastácio.
A Justiça determinou o desbloqueio total das rodovias. “Diante da decisão da Justiça Federal de Mato Grosso do Sul que concede decisão liminar determinado a liberação das rodovias federais interditadas por pessoas e veículos de carga, sendo obrigatório o imediato cumprimento por parte dos manifestantes”, avisou a corporação.
No entanto, a PRF ainda não informou se vai cumprir a decisão e deslocar policiais ou acionar o Batalhão de Choque para retirar os bolsonaristas. “Informamos também que é assegurado o direito de manifestação, mesmo às margens da rodovia, desde que não cause prejuízo à segurança viária e ao direito de circulação dos demais usuários da rodovia”, informou.
Em meio aos bloqueios, alguns jornais e sites da Capital chegaram a divulgar que haveria racionamento de combustível. A notícia se propagou como uma bomba e levou os motoristas ao desespero, já que ainda se recordam do pesadelo enfrentado em 2018 com a greve dos caminhoneiros.
Postos de combustíveis enfrentam longas filas desde o meio da tarde. O Sinpetro chegou a divulgar um comunicado de que não haverá limitação na venda de gasolina, etanol e diesel. No entanto, o efeito foi praticamente nulo.