Preso por 580 dias e condenado duas vezes na Operação Lava Jato, pernambucano e fundador do Partido dos Trabalhadores Luiz Inácio Lula da Silva, 77 anos, derrotou Jair Bolsonaro (PL) em uma disputa acirrada e será o 39º presidente da República do Brasil. Ao obter mais de 60 milhões de votos, o petista dá a volta por cima e faz história ao reafirmar os compromissos com a democracia, com a estabilidade econômica e com o respeito às instituições brasileiras.
Lula conquistou 50,84% dos votos e foi declarado matematicamente eleito pelo Tribunal Superior Eleitoral. Ele voltará ao comando da presidência da República pela 3ª vez 13 anos após deixar o poder em 2010.
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O petista disputou o comando do País pela 6ª vez – contra Fernando Collor de Mello em 1989, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1994 e 1998. Ele foi vitorioso na disputa contra José Serra (PSDB) em 2002 e Geraldo Alckmin em 2006.
A gestão de Lula foi marcada pela inclusão social, principalmente pelo programa Bolsa Família e pela política de aumento real do salário mínimo.
Apesar de ter governador o País por oito anos, o ex-presidente enfrentou a fábrica de fake news do adversário, que o acusava de transformar o Brasil em uma Venezuela ou de que iria fechar igrejas e perseguir os cristãos.
Para vencer a máquina e a estrutura de Bolsonaro, Lula articulou a criação de uma grande frente, formada pelos tradicionais parceiros do PT, como PCdoB, PSOL, Rede e PV, e de centro, como Solidariedade.
No segundo turno, ele obteve o apoio de lideranças do centro, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e da senadora Simone Tebet (MDB), que ficou em 3º lugar na disputa no primeiro turno. A sul-mato-grossense foi além de declarar simples apoio e se engajou na campanha do petista, percorrendo o País e liderando reuniões para convencer os indecisos e integrantes do centro democrático.
Lula volta ao poder com a missão de recolocar o Brasil no mapa mundial, principalmente, como protagonista da defesa do meio ambienta, principalmente, na preservação da floresta amazônica.
A eleição é a consagração de um dos maiores líderes políticos da atualidade. Lula ficou preso por 580 dias após ser condenado pelo ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil), que virou ministro da Justiça de Bolsonaro e sonhou em ser candidato a presidente da República. No segundo turno, o magistrado voltou a integrar a equipe do atual presidente.
Lula deixou a prisão e teve todas as condenações anuladas pelo Supremo Tribunal Federal. A corte ainda considerou Moro parcial na condução dos julgamentos do petista. A mesma decisão teve a ONU (Organização das Nações Unidas).
A eleição de Lula sinaliza a volta do Brasil à normalidade democrática, à liberdade e de respeito às instituições. Ele vai enfrentar um Congresso Nacional fortalecido, mais voltado para a direita.