Sem nada contra o candidato a governador de oposição, Capitão Contar (PRTB), que lidera três das cinco pesquisas divulgadas no segundo turno, a esposa do deputado estadual passou a ser alvo de ataques. Adversários, jornais e sites passaram a recorrer a todo tipo de material para atacar a empresária Iara Diniz (PRTB). “É uma covardia, uma violência contra a mulher”, reagiu o advogado de defesa, Pedro Garcia, que atua no núcleo jurídico da campanha.
O primeiro ataque foi feito pelo candidato Eduardo Riedel (PSDB), ainda no primeiro turno, durante o debate na Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação). Ao defender Reinaldo Azambuja (PSDB), denunciado pela propina de R$ 67,7 milhões da JBS no Superior Tribunal de Justiça, o tucano disse que a mulher do candidato tinha 72 processos.
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O caso foi citado para desgastar Capitão Contar, mesmo a esposa do candidato sendo autora das ações que tramitam em primeira instância, no STJ, no STF e até em outros estados. Contar reagiu e o ataque pegou mal após Iara confrontar o candidato de Reinaldo na saída do debate.
De acordo com Garcia, Iara provou na Justiça que a citação feita por Riedel de 72 processos era fake news. “Não existem 72 processos, são seis ações e, em cinco, a Iara é a autora”, explicou o defensor. Ele destacou ainda o fato de não existir nenhuma ação criminal contra a empresária.
No total, conforme o advogado, Contar e Iara ingressaram com 150 ações na Justiça, sendo 87 especificamente por fake news (mentiras). Algumas ações deverão evoluir para ações criminais e até inquéritos para identificar os autores das falsas notícias contra a honra do deputado e da esposa.
Outro fato bastante propagado contra Iara é o fato dela ser empresária bem-sucedida, independente do marido e coordenar a campanha de Capitão Contar. Enquanto o marido fez carreira no serviço público como Capitão do Exército, Iara acumulou um patrimônio de R$ 12 milhões, conforme declaração feita à Justiça Eleitoral.
A principal munição no segundo acabou sendo o vídeo gravado pelo ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (sem partido), preso e condenado a oito anos e quatro meses por corrupção. Apesar da ficha notória, ele ganhou ampla publicidade nos jornais da Capital por ter dito que a mulher do candidato teria sido seu braço direito na prefeitura. Outros réus na Operação Coffee Break apoiam o candidato do PSDB e não causaram o mesmo espanto.
“Estão atacando covardemente uma mulher, uma mãe de família, que trabalha duro, paga impostos e cumpre suas obrigações como cidadã. Isso é uma violência contra a mulher. Isso é inaceitável”, reagiu o advogado Pedro Garcia.
“O que estão fazendo com a esposa do Contar é um jogo pesado, sujo, criminoso. Merece repúdio não só das mulheres do nosso Mato Grosso do Sul, mas também de todos os homens de bem, que tem mãe, mulher e filha”, propôs Garcia.