Ao lado ex-presidente do Banco Central, economista Armínio Fraga, e da deputada federal eleita Marina Silva (Rede), a senadora Simone Tebet (MDB) defendeu, em reunião com 650 empresários, banqueiros, CEOs e economistas, a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A presidenciável alertou que a democracia brasileira corre risco em caso de reeleição de Jair Bolsonaro (PL).
Durante o encontro, realizado na noite desta segunda-feira em São Paulo, Simone sugeriu que Bolsonaro poderá tentar um terceiro mandato e ainda mudar a composição do Supremo Tribunal Federal.
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“A democracia já está fragilizada desde o primeiro dia do governo Bolsonaro. Eu estava lá em Brasília. O governo coloca uma instituição contra outra. E hoje já domina o Legislativo com o orçamento secreto. Poderá aumentar o número de ministros do Supremo Tribunal Federal e concentrar mais poder, acovardar os ministros do STF e, talvez, até implantar um terceiro mandato”, afirmou a emedebista.
Os organizadores fizeram questão de dizer que o encontro não era uma manifestação de apoio a Lula e Alckmin – a presença não significava necessariamente concordância com a candidatura, mas uma tentativa de conseguir novos apoios à chapa para derrotar Bolsonaro.
O encontro foi organizado na casa da ambientalista Teresa Bracher e de seu marido, o banqueiro Cândido Bracher, mesmo lugar onde Simone começou sua campanha no primeiro turno. A sul-mato-grossense ficou em 3º lugar, com 4,9 milhões de votos (4,2% do total). O evento também teve como organizadores Marisa Moreira Salles, Neca Setubal, a advogada Maria Stella Gregori, o editor Tomas Alvim e Ana Paula Guerra.
Armínio Fraga, que foi presidente do Banco Central no governo de Fernando Henrique Cardoso, afirmou que chegou a pensar em anular o voto, mas depois, mudou de ideia. “Eu nunca votei no Lula. A realidade do bolsonarismo acabou se impondo. A mudança do meu voto espelha o medo da deterioração da democracia. Se havia alguma dúvida, isso desapareceu. Vou votar no Lula sem qualquer condição.”
Ex-ministra do Meio Ambiente de Lula, Marina afirmou ter três razões para votar no petista: compromisso com a democracia, o “imperativo ético” de combate às desigualdades e a possibilidade de estabelecer um processo de mudança para um modelo de desenvolvimento sustentável com a transição para uma economia de baixo carbono.
No domingo, durante ato no Rio de Janeiro, Simone reuniu uma multidão e também defendeu o voto em Lula. Em entrevista ao jornal O Globo no fim de semana, ela ressaltou o risco para a frágil democracia. “O tom subiu muito, e a campanha foi para um campo extremamente perigoso para a democracia brasileira”, disse Tebet. “O clima de guerra santa me preocupa muito. […] Precisamos enterrar o modo bolsonarista de fazer política”, defendeu.
Na próxima sexta-feira, Simone vai acompanhar Lula em campanha por várias cidades de Minas Gerais.