O pastor Ricardo Santos também decidiu opinar sobre a guerra política travada nas igrejas evangélicas, que passaram a se dividir entre Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O primeiro ponto é que pastores estão usando o púlpito como palanque político, expondo o nome e o partido que seus fiéis devem votar, e isso tira o livre arbítrio das pessoas que tem o princípio de não desonrar o seu pastor. Esse líder não está sendo ético com a denominação e ordem que contraria as regras de seu estatuto””, critica Santos.
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“O ponto principal é que o líder usar o púlpito para cunho político e expor a sua escolha fazendo uma exegese bíblica, isso é falta de discernimento gerando muito mais discórdia do que ajuda, e isso tem afetado a ira de muitos líderes religiosos que desceram da cruz e estão mostrando as suas garras, fazendo com que as pessoas de fora olham para os cristão e não veem nenhuma diferença ou transformação de vida, mas veem discórdia e separação”, pontua.
A manifestação ocorre após o pastor Edil Queiroz propor 19 reflexões e defender o voto em Lula, argumentando que o petista é a favor dos pobres, segue os ensinamentos de Cristo e não defende a cultura da morte.
Nesta quarta-feira, o pastor Carlos Trapp contestou o artigo e saiu em defesa de Bolsonaro, argumentando que as manifestações polêmicas do atual presidente ocorreram em momento de muita pressão.
Ricardo Santos critica o uso do púlpito pelos pastores, mas acaba concluindo que vota em Bolsonaro, destacando o respeito e amor pelo pastor Edil Queiroz.
Confira a manifestação na íntegra:
“Em primeiro lugar gostaria de dizer que minha participação é de opinião particular e não um sermão pastoral para o público em geral, como muitos pastores estão se posicionando nas mídias e e fazendo do púlpito um palanque político. Sou formado em teologia pela faculdade FAS (Selvíria-SP), membro e pastor local de uma igreja Batista, ministério com famílias. Não sou membro da ordem dos pastores Batistas da CBSM.
Em segundo lugar deixar claro que a minha indignação não é com o público cristão, mas com a forma que a liderança e pastores cristãos protestantes tem se posicionado e questão ao contexto político que se encontra a nação brasileira.
O primeiro ponto é que pastores estão usando o púlpito como palanque político, expondo o nome e o partido que seus fiéis devem votar, e isso tira o livre arbítrio das pessoas que tem o princípio de não desonrar o seu pastor. Esse líder não está sendo ético com a denominação e ordem que contraria as regras de seu estatuto.
O ponto principal é que o líder usar o púlpito para cunho político e expor a sua escolha fazendo uma exegese bíblica, isso é falta de discernimento gerando muito mais discórdia do que ajuda, e isso tem afetado a ira de muitos líderes religiosos que desceram da cruz e estão mostrando as suas garras, fazendo com que as pessoas de fora olham para os cristão e não veem nenhuma diferença ou transformação de vida, mas veem discórdia e separação.
Política é questão de cidadania e nós cristãos somos livres pra fazer escolha, é democracia, simples assim, existe uma polarização desenfreada entre igreja, fé e política, colocaram o candidato presidente Bolsonaro do lado do sagrado e o candidato ex-presidente Lula do lado do profano.
A reportagem do pr. Edil faz essa mesma observação, mas algo desnecessário no meu ponto de vista é de como pastor expor a sua posição e defender uma bandeira publicamente, apesar de eu achar fraca de argumentos, mas pessoas com pouco conhecimento são influenciadas pela sua posição de pastor.
O papel do pastor nesse momento não é levantar bandeiras, mas chamar a sua igreja para orar e se colocar na dependência exclusiva de Deus assim como Jesus orava: “Seja feita a sua vontade e não a nossa”.
Quando um líder escolhe um lado, ele mais separa do que une, e é isso que está acontecendo no meio do povo evangélico que se chama pelo nome de Deus. Líderes evangélicos tirando das pessoas o livre arbítrio que Deus nos proporcionou, se alguém me pedir no particular quem eu apoio para presidente? Eu poderei até responder ou orientar o melhor caminho na minha humildade opinião.
Como pastores devemos orientar os fiéis a pesquisarem para terem opiniões fornadas e convictas por uma linha que estejam pautadas pelos princípios bíblicos nas qual professamos ser discípulos de Cristo Jesus.
Na reportagem ideológica que o pr. Edil defende um partido e usa como uma forma de sermão pastoral, ele tem suas razões quando diz que as pessoas colocaram o candidato Bolsonaro do lado do bem e o candidato Lula do lado do mal, isso realmente não é verdade, ambos não tem nada de santo e esse conceito tem a ver com pecado no qual eu e você se incluímos no mesmo balaio e não serve pra definir uma eleição política de tamanha magnitude.
E muito mais desnecessário naquela reportagem é pedir embasamento bíblico para justificar algumas acusações sobre a postura do Bolsonaro para cobrir as acusações errôneas do candidato Lula, isso mostra o nível que os cristãos chegaram por conta do contexto político, agressões e posicionamentos fracos, desnecessários que não testemunham o evangelho de Cristo.
A resposta que eu posso dar pelos questionamentos é “que atire a primeira pedra quem nunca pecou” (Jo.8:7) e uma eleição não se escolhe por esse viés.
Os cristãos não devem deixar a suas opiniões políticas de lado, a Bíblia não anula essa responsabilidade e nos mostra vários exemplos no contexto político. Como cidadão eu já escolhi o meu candidato a presidente do Brasil, conheço o pastor Edil e tenho mil motivos para continuar amando como uma pessoa maravilhosa, assim como ele nos deu 19 motivos para votar em um candidato “A” eu posso dar 22 motivos para continuar com a minha opinião para votar no candidato “B”.
Como pastores devemos entender que a escolha de votar é livre e deve ser respeitada, mas devemos orientar que seu voto seja em uma pessoa que tenha um caráter parecido com o seu.
Deus abençoe a nossa Nação. Pr. Ricardo dos Santos”