Primeiro colocado no primeiro turno das eleições, o candidato a governador de oposição, Capitão Contar (PRTB), passou a enfrentar verdadeiros tsunami de mentiras, como a de que vai paralisar todas as obras públicas em Mato Grosso do Sul. “Obras vão continuar”, garantiu o deputado estadual bolsonarista. “Se eu vou acabar com alguma coisa neste Estado é com a corrupção”, alertou.
A avalanche de mentiras, conforme o deputado, conta com prefeitos, vice-prefeitos e vereadores aliados do candidato Eduardo Riedel (PSDB), que representa a continuidade da gestão do tucano Reinaldo Azambuja.
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“Estou sabendo de um monte de vídeos e áudios”, relatou Contar em vídeo distribuído nas redes sociais. “Estão indo na rádio dizer que vou acabar com as obras. Isso é mentira. Se eu vou acabar com alguma coisa neste Estado é com a corrupção e com a sem-vergonhice de alguns”, reagiu o candidato.
Uma das responsáveis por espalhar as mentiras, conforme o deputado, é a apresentador ado programa Toninha Campos, da Rádio Caçula, em Três Lagoas. “O Capitão Contar, se ele for eleito, a partir do dia 1º de janeiro, vai paralisar todas as obras do Estado”, mente a apresentadora.
Em seguida, a mulher dramatiza que todas as obras, inclusive as realizadas por meio de convênios na cidade, serão paralisadas. “Olha o retrocesso em Três Lagoas”, afirma, no vídeo que viralizou nesta quinta-feira (6).
O deputado já foi à Justiça Eleitoral contra o prefeito de Paranaíba, Maycol Querioz (PDT), foi um que teria espalhado a mentira, conforme a assessoria do deputado. O pedetista teria deturpado uma entrevista e propagado fake news para reforçar a campanha de Riedel, o candidato defendido pelo chefe do executivo.
Confira o vídeo do deputado sobre a paralisação de obras (clique aqui)
“Em momento nenhum disse, ou dei a entender, que haveria qualquer resistência em dar continuidade às obras iniciadas nos municípios do Estado. Não podemos aceitar esse tipo de comportamento, não podemos ser coniventes com os que deturpam informações de forma maldosa e espalham fake news”, condenou Capitão Contar.
A onda de boatos não é o único problema, conforme o candidato. Ele também recorreu à Justiça Eleitoral contra a coação de servidores públicos que teriam declarado voto no deputado. Em Sidrolândia, um casal foi obrigado a apagar o vídeo festejando a vitória do deputado e gravar um outro apoiando o adversário.
Azarão na disputa, Capitão Contar chegou na frente no primeiro turno e bateu Riedel, que conta com o apoio de Reinaldo Azambuja e de 73 dos 79 prefeitos de Mato Grosso do Sul.
O uso da máquina dá competividade mas nem sempre garante a vitória. MS registra casos emblemáticos no passado. Ricardo Bacha (PSDB) perdeu para Zeca do PT em 1998 mesmo contando com o apoio do Governo do Estado, de todos os jornais e da maioria dos prefeitos, inclusive do chefe do Executivo da Capital.
Em 2012, Edson Giroto, na época do MDB e ainda livre de qualquer mácula de corrupção, perdeu a disputa para a Prefeitura de Campo Grande no 2º turno, mesmo contando com o apoio das máquinas da prefeitura e do Governo estadual. Barbosinha, vice de Riedel, teve uma derrota fragorosa em Dourados, mesmo contando com o apoio da administração estadual e da maior parte da classe política.
Agora, as forças do segundo turno começam a ser definidas nesta sexta-feira. O MDB, o ex-governador André Puccinelli e a deputada federal Rose Modesto devem anunciar o apoio no segundo turno hoje.