Os institutos de pesquisas passaram vergonha e perderam a credibilidade ao errar o resultado da votação para governador de Mato Grosso do Sul. O maior erro foi cometido pelo Instituto Ranking Brasil, que apontou votação 14,71 pontos percentuais menor para o Capitão Contar (PRTB). O Instituto Veritá foi o único que praticamente cravou o resultado final da disputa.
“Pouco mais que acertar, desculpe a falsa modéstia, isso ai é cravar”, gabou-se o fundador e sócio do Veritá, Adriano Silvoni. “Depois de tanta pesquisa falsa ai, judicialização e multas, não baixamos a cabeça e mostramos o que é pesquisa. Outros fabricam números para serem convenientes”, afirmou.
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Na contramão de todos as empresas de pesquisa, o Veritá antecipou, conforme O Jacaré divulgou no sábado, o resultado revelado com a abertura das urnas: Capitão Contar e Eduardo Riedel (PSDB) no 2º turno. Contar tinha 27,6% na pesquisa e saiu com 26,71% das urnas. Riedel tinha 25,6% e acabou passando com 25,16%.
André tinha 20,7% no Veritá, mas acabou saindo com 17,18%. O único deslize pode ser de Rose Modesto (União Brasil), com 8,7% no instituto, mas acabou obtendo votação de 12,42%. O erro de 3,72 pontos percentuais ficou pouco acima do previsto, de 3% para mais ou menos.
Até a votação de Marquinhos (8,68%) o instituto previu com antecedência. O Veritá apontou o ex-prefeito com 8,5% no sábado. Giselle teria 8,5% e acabou saindo das urnas com 9,42%.
O Ipec repetiu o papelão do antecessor, o Ibope, e errou o resultado mesmo com a pesquisa divulgada na véspera. A pesquisa da TV Morena apontou André com 31% – 13,8 pontos percentuais acima do resultado final. Contar teria 17% no Ipec, 9,71 pontos percentuais a menos. O erro ficou muito além da margem de erro de três pontos percentuais para mais ou menos. Marquinhos teria 8,32 pontos percentuais a mais. Riedel teria 7,16% a menos.
O maior erro foi do Instituto Ranking Brasil, que apontou Capitão Contar em 5º lugar no sábado, com 12%. O deputado estadual obteve 14,71 pontos percentuais a mais, com 26,71% dos votos válidos. André teria 29,40% no Ranking, 12,22 pontos percentuais de erro. A margem de erro era de 1,80 ponto percentuais para mais ou menos.
Marquinhos teria 16,90% na pesquisa de sábado e teve 8,21 pontos percentuais a menos. Giselle teve 7,02 pontos percentuais acima do previsto pelo Ranking – 2,40%. O instituto acertou a colocação de Riedel, o 2º lugar, mas o índice também ficou fora da margem de erro.
O Ranking quase acertou o resultado com a pesquisa da boca de urna, mas mesmo assim os números ficaram fora da margem de erro. Contar teria 30%, mas acabou com 26,71%. Riedel teria 20%, mas acabou saindo com 25,16%. Já André teria 21%, mas ficou cm 17,16%.
O Percent Brasil ficou em 2º em margem de erro. O instituto errou em 14,52 pontos percentuais a votação de Marquinhos. O ex-prefeito obteve 8,68%, enquanto o instituo previu 23,2%. Capitão Contar teria 14,11 pontos percentuais a menos. O Percent previu 12,6%, mas o capitão ficou com 26,71%.
O Novo Ibrape/Campo Grande News foi outro que passou vergonha com o resultado da votação. O instituto previu André em 1º com 26,83% – errando em 9,65 pontos percentuais a votação do emedebista. Contar teria 17%, 9,7 pontos percentuais a menos. O erro do órgão foi de três vezes acima da margem de erro admitida, de três pontos percentuais para mais ou menos.
O Real Time Big Data/TV Record também errou no chute do resultado. O instituto previu André no 2º turno e apontou votação de Contar 9,71 pontos percentuais menor do que o deputado realmente conseguiu nas urnas. A votação de Marquinhos apontou erro de 7,31 pontos. Também errou o Instituto Paraná Pesquisas, que teve o levantamento divulgado pela Fiems.
Os institutos erraram em vários estados. Os erros vão pressionar as empresas a suspenderem a torcida por um determinado candidato e buscar ter mais seriedade nos levantamentos para recuperar a credibilidade, porque com esta eleição, com certeza, já foi para o espaço.