O patrimônio de 17 dos 24 deputados estaduais cresceu de 0,91% até 12.739% em quatro anos, apesar da crise econômica causada pela pandemia da covid-19. Apenas cinco parlamentares ficaram mais pobres no período, chegando a perder R$ 1,2 milhão. Um destaque positivo foi o primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, Zé Teixeizra (PSDB), que ficou R$ 30 milhões mais rico.
A prestação de contas é uma exigência da legislação eleitoral e permite ao eleitor acompanhar a evolução patrimonial dos políticos brasileiros. Com salário mensal de R$ 25.322,25 mil por mês, um deputado estadual ganha R$ 1,215 milhão em quatro anos.
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Em termos percentuais, o deputado estadual Lucas de Lima (PDT) teve o maior crescimento em quatro anos, de 12.739%, com o patrimônio saltando de R$ 3,3 mil, em 2018, para R$ 426,9 mil neste ano. Ele declarou contar com R$ 50 mil em espécie em casa. Quando começou na política, em 2014, o radialista declarou não possuir bens.
Mais sorte ainda teve Márcio Fernandes (MDB), que foi candidato a prefeito da Capital em 2020. As riquezas do emedebista tiveram alta de 318% em quatro anos, de R$ 1,488 milhão para R$ 6,223 milhões. Ele ainda declarou possuir R$ 545 mil em espécie.
Zé Teixeira declarou ter acréscimo de 191% no patrimônio entre 2018 e 2022, de R$ 15,9 milhões para R$ 46,4 milhões. O tucano foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República em outubro de 2020 por corrupção passiva por ter emitido notas fiscais frias para legalizar a propina paga pela JBS ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB). O deputado sempre negou a acusação.
Ex-comandante-geral da Polícia Militar, Coronel David (PL) teve aumento de 175% no patrimônio em quatro anos, já que passou de R$ 180 mil para R$ 495,1 mil. No entanto, o deputado bolsonarista já chegou a ser mais rico, considerando-se que declarou possuir R$ 655 mil em 2014, quando concorreu ao cargo pela primeira vez.
Alguns deputados tiveram uma evolução meteórica que não há condições nem de se fazer o cálculo. Esse é o caso do deputado estadual João Henrique Catan (PL), que não tinha bens em 2018 e agora possui R$ 500,2 mil. O neto do ex-governador Marcelo Miranda Soares declarou ainda possuir R$ 350 disponíveis para novos investimentos.
As maiores evoluções
Lucas de Lima (PDT) – 12.739%
- 2018 – R$ 3.325,53
- 2022 – R$ 426.996,41
Márcio Fernandes (MDB) – 318%
- 2018 – R$ 1.488.883,84
- 2022 – R$ 6.223.526,07
Zé Teixeira (PSDB) – 191%
- 2018 – R$ 15.904.471,27
- 2022 – R$ 46.392.157,07
Coronel David (PL) – 175%
- 2018 – R$ 180.000,00
- 2022 – R$ 495.107,23
Marçal Filho (PP) – 141%
- 2018 – R$ 3.644.381,92
- 2022 – R$ 8.783.540,24
Paulo Corrêa (PSDB) – 140%
- 2018 – R$ 5.869.472,71
- 2022 – R$ 14.092.614,23
Herculano Borges (Republicanos) – 71,94%
- 2018 – R$ 986.780,06
- 2022 – R$ 1.696.733,19
Jamilson Lopes Name (PSDB) – 54,55%
- 2018 – R$ 10.761.687,48
- 2022 – R$ 16.632.843,00
Londres Machado (PP) – 27,75%
- 2018 – R$ 11.243.841,52
- 2022 -R$ 14.365.079,10
Outro caso é o deputado Evander Vendramini (PP), que tinha apenas R$ 0,63 há quatro anos. Agora, o deputado declarou possuir R$ 160 mil em espécie. O parlamentar parece andar de ônibus ou carro locado, porque não declarou nenhum veículo ou imóvel.
Mara Caseiro (PSDB) declarou que não tinha bens em 2018 e agora possui R$ 2,578 milhões. Só que a tucana tinha declarado R$ 2,4 milhões em 2014. Quando ela começou na política, em 2004, como prefeita de Eldorado, Mara informou não possuir nenhum patrimônio a declarar à Justiça Eleitoral.
O patrimônio do deputado estadual Marçal Filho (PP) saltou 141% em quatro anos, de R$ 3,6 milhões para R$ 8,7 milhões neste ano. O ex-tucano tinha R$ 1,2 milhão em 2006, conforme o último dado disponível pelo Tribunal Regional Eleitoral.
O presidente da Assembleia, Paulo Corrêa (PSDB), também ficou 140% mais rico no período, com o patrimônio saltando de R$ 5,8 milhões para R$ 14 milhões. Herculano Borges (Republicanos) viu o total de bens e aplicações bancárias saltar 71,94%, de R$ 986,7 mil para R$ 1,696 milhão.
Mesmo sendo alvo da Operação Omertà, deflagrada pelo Gaeco e Garras, que levou ao fechamento da Pantanal Cap, o deputado estadual Jamilson Name (PSDB) viu o patrimônio crescer 54,5% no quatriênio, de R$ 10,7 milhões para R$ 16,6 milhões.
Cinco deputados estaduais ficaram mais pobres: Amarildo Cruz (PT), que perde3u R$ 1,2 milhão, Lídio Lopes (Patri), Neno Razuk (PL), Paulo Duarte (PSB) e Renato Câmara (MDB).