A ANL Energia Limpa vai assumir o empréstimo de R$ 3,5 milhões firmado pela Arquidiocese de Campo Grande e construir, no prazo de seis meses e sem qualquer custo para a instituição religiosa, a usina de energia solar. O acordo foi anunciado em comunicado conjunto pela empresa e pela Igreja Católica, que afasta o risco de um golpe milionário.
O arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, fez um comunicado aos fieis para alertar para o risco da perda milionário. O religioso ficou preocupado porque a empresa tinha recebido o dinheiro à vista em setembro do ano passado e não cumpriu o prazo de entregar a usina de energia fotovoltaica, com capacidade para 1 MWp, suficiente para atender as 328 comunidades e instituições.
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A negociação entre a igreja e os sócios da ANL Energia Limpa, Alexandre da Silva e Anderson Notargiacomo, começou na terça-feira (27) e foi concluída com a assinatura do acordo ontem. Conforme o comunicado conjunto, eles vão assumir o pagamento do financiamento junto ao Sicredi. Serão 48 parcelas de R$ 102,4 mil por mês.
Além disso, os empresários se comprometeram a construir a usina de energia solar no prazo de seis meses. Isso significa que irão concluir o empreendimento em 29 de março de 2023. As placas solares serão doadas para a igreja sem qualquer custo adicional.
Eles também esclareceram, conforme a nota, os motivos para o atraso na obra. Inicialmente, a usina seria concluída em 270 dias a partir do repasse do dinheiro, que ocorreu em setembro do ano passado. No entanto, até o mês de julho deste ano, eles não tinham nem iniciado a obra.
“O cenário de pandemia e de ‘pós’ pandemia, como se sabe, trouxe inúmeros prejuízos à economia mundial em decorrência da paralisação de fábricas e meios de transporte”, informou à ANL em nota à Justiça.
“Essa situação afetou de modo significativo a importação dos materiais necessários à implementação da usina fotovoltaica contratada pela Arquidiocese, o que foi comunicado pela ANL em diversos momentos, sempre com a manutenção da boa-fé e transparência entre as partes”, pontuou.
“Ainda que a contratação da usina pela Arquidiocese tenha ocorrido já no cenário de pandemia, os atrasos na produção, transporte internacional, desembaraço aduaneiro e demais etapas da importação dos equipamentos causados pelas restrições foram muito superiores às estimativas apresentadas pelos fornecedores à ANL, o que impactou diretamente na implementação da usina contratada pela Arquidiocese”, justificou-se.