Na disputa mais equilibrada da história de Mato Grosso do Sul, com cinco candidatos a governador com chances reais, o debate na TV Morena pode garantir a presença de um azarão no 2º turno. Além de histórica, a queda de Pedro Pedrossian (PTB) em 1998 deve servir de alerta para os principais nomes.
Dos oito candidatos a governador, cinco – André Puccinelli (MDB), Capitão Contar (PRTB), Eduardo Riedel (PSDB), Marquinhos Trad (PSD) e Rose Modesto (União Brasil) – estão embolados entre 12% e 25%. Como lidera todas as pesquisas, o emedebista é o favorito a chegar ao 2º turno.
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No entanto, o caso de Pedrossian ainda soa como emblemático na história sul-mato-grossense. Governador por dois mandatos e com uma fama de tocador de obras, Pedrossian chegou ao debate da TV Morena como líder nas pesquisas. O desempenho no confronto televisivo foi apontado por muitos como determinante para a queda para o 3º lugar. Ricardo Bacha (PSDB) chegou com o apoio da máquina, da prefeitura e do Governo, e Zeca do PT foi o azarão da vez.
Nas outras eleições, sempre houve os candidatos favoritos para ganhar no primeiro turno ou para disputar o 2º. Em 2014, quando Reinaldo Azambuja (PSDB) venceu pela primeira vez, Delcídio do Amaral, então no PT, liderava com folga todas as pesquisas, em torno de 42% a 44%.
Na ocasião, antes do debate, Reinaldo tinha 33% e Nelsinho Trad, então no MDB, tinha 16%. O mesmo fenômeno ocorreu em 2018, quando o tucano e o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira, então no PDT, lideravam as pesquisas, respectivamente, 40% e 29%, segundo o Ibope.
O atual cenário em MS é de uma disputa plural. André lidera, variando entre 21% e 25%, mas sem um favoritismo claro. Pedrossian tinha mais de 30% quando ficou de fora do 2º turno. Riedel, Marquinos, Rose e Capitão Contar se revezam, conforme o instituto, em 2º lugar. Isso significa que uma disparada ou queda na véspera de dois ou três pontos pode colocar qualquer um na disputa seguinte.
Apesar de ser continuidade, Riedel vem se apresentando no horário eleitoral como “novo” e “mudança de verdade”. Principal nome de oposição à gestão tucana, Capitão Contar também aposta no apoio de Bolsonaro, que lidera as pesquisas no Estado, para chegar ao 2º turno. Marquinhos aposta na gestão como prefeito da Capital, principalmente durante a pandemia, para conquistar o eleitorado, enquanto Rose vem apostando na sensibilidade feminina e na história de vida para despontar na disputa.
O debate da TV Morena foi estratégico em vários anos. Neste ano, o embate vai ganhar mais força porque os candidatos poderão usar as redes sociais para explorar os deslizes dos adversários ou o bom desempenho no confronto.