A troca de farpas entre os candidatos a governador Eduardo Riedel (PSDB) e Marquinhos Trad (PSD) marcou o penúltimo bloco do debate promovido pelo SBT-MS e TopMídiaNews nesta segunda-feira (26). O ex-prefeito citou o aumento de impostos e a redução no repasse do ICMS para a Capital para atacar o tucano, que revidou questionando a saúde pública e a situação financeira de Campo Grande.
Ao usar o direito de resposta, o Capitão Contar (PRTB) se defendeu dos ataques da advogada Giselle Marques (PT), que colocou sob suspeita a origem dos recursos empregados na sua campanha. O deputado disse que a petista que deveria explicar porque conta com R$ 800 mil do empresário Ricardo Fernandes de Araújo, dono da Mil Tec Tecnologia, que tem contratos milionários com a administração estadual.
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“Quem financia minha campanha são pessoas de bem”, assegurou o candidato. Ele disse que será um governador sem rabo preso. “Nunca peguei dinheiro emprestado de frigorífico”, ressaltou, fazendo referência a denúncia feita pela Polícia Federal, de que em 2018, o JBS repassou dinheiro para a campanha de Reinaldo Azambuja (PSDB) como antecipação de propina. Na ocasião, o repasse foi de R$ 10 milhões e declarado oficialmente.
Sorteado para fazer a primeira pergunta, Marquinhos questionou o ex-secretário de Infraestrutura por que não concluiu o hospital regional de Dourados, iniciado na gestão de André Puccinelli (MDB). “Já disse aqui, é preciso faltar menos com a verdade”, respondeu Riedel, fazendo dobradinha com o jornal Midiamax. Em checagem publicada nesta segunda-feira, sobre o debate realizado há sete dias, o site informou que o ex-prefeito errou nos números em três das quatro críticas feitas à gestão do PSDB.
Ainda na ofensiva, o ex-secretário recorreu ao sistema público de saúde de CampO Grande para criticar Marquinhos. Ele disse que a cobertura da Capital é uma das piores no Estado, com 65%, enquanto outras cidades, como Dourados e Ponta Porã, possuem índices melhores. Riedel se referiu às unidades básicas de saúde como “postinho”.
Marquinhos contra-atacou destacando que o tucano teve oito anos, como secretário na gestão de Reinaldo, para fazer e não fez. “Reduziu o repasse do ICMS para a Capital e foi implacável com o campo-grandense”, acusou o ex-prefeito, fazendo referência a queda no repasse do tributo para Campo Grande. E ainda citou a operação da PF contra o diretor do Hospital Regional de Três Lagoas, contratada por uma organização social, que é investigado por peculato e acabou afastado do cargo.
Em uma outra oportunidade, ao responder Contar, o candidato a governador do PSDB atacou o tucano por ter aumentado os impostos, como IPVA, ITCD, ICMS e Fundersul. “É o Estado que mais cobra ICMS no Brasil”, destacou, ao citar o ICMS antecipado, que seria a cobrança do tributo antes de efetivar a venda.
Contar cobrou em quem o ex-prefeito votará para presidente. “Quem fica em cima do muro é caco de vidro e gato”, afirmou o deputado bolsonarista. Marquinhos saiu pela tangente ao destacar que é por MS. Ele voltou a criticar Riedel, que se apresenta como eleitor de Bolsonaro, mas conta com partidos como o PSB, que é de Geraldo Alckmin, vice de Lula, e do PDT, de Ciro Gomes (PDT).
Riedel tentou usar Rose para retomar os ataques de Marquinhos, mas a deputada federal aproveitou para alfinetar a gestão tucana. Além de citar a deficiência na Capital, Rose lembrou que não basta mutirão uma vez por ano, no caso da Caravana da Saúde. “Os mutirões devem ser constantes”, defendeu a candidata.
Riedel aproveitou a réplica para afirmar que a Capital enfrenta, segundo o candidato, má gestão financeira e na saúde. “Para o Proinc não faltou dinheiro”, cutucou, sobre o programa voltado para contratar trabalhadores em situação de vulnerabilidade social.
O ex-governador André Puccinelli (MDB) aproveitou para criticar a queda no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que retroagiu oito anos em Mato Grosso do Sul. Capitão Contar voltou a lembrar que a administração do PSDB reduziu em 32% o salário dos professores contratados, que representam a maioria e recebem metade do valor pago ao efetivo. “Eu votei contra a redução nos salários”, frisou.
Nas considerações finais, os candidatos voltaram a dar estocadas nos adversários. “É preciso um governador ético, com time técnico e sem rabo preso, que coloque um basta na corrupção”, defendeu Contar, sobre os escândalos que marcaram as gestões do MDB e do PSDB.
Marquinhos seguiu a mesma toada. “Ninguém governa sozinho”, começou, lembrando que há uma turma, em referência a André, querendo voltar, e outra, sobre os tucanos, querendo continuar, mas que mancharam o Governo com escândalos de corrupção.
Riedel também aproveitou para dar uma alfinetada nos adversários, ao aconselhar o eleitor que faça avaliação da história de vida e sobre o comportamento dos candidatos. Apesar de integrar o PSOL, um partido de esquerda, Adonis Marcos, fora da casinha, apresentou-se como de centro.
Novamente atração à parte no debate, Magno de Souza defendeu universidade para todos. “Vote nos índios”, defendeu. E encerrou denunciando a gestão de Reinaldo por mandar a polícia e helicóptero para atacar os índios.
Rose e Giselle aproveitaram para destacar a origem humilde. “Sou filha de doméstica e servente de pedreiro, um milagre da educação e quero ser a primeira mulher a governar este Estado”, afirmou a ex-tucana. A petista reforçou que é a candidata do Lula em Mato Grosso do Sul, apesar do ex-presidente também contar com o apoio de Adonis e Magno.
O próximo confronto será amanhã, a partir das 22h, na TV Morena.