Richelieu de Carlo
Nas eleições do próximo dia 2 de outubro, 15 dos 29 vereadores de Campo Grande tentarão uma promoção na carreira de político ao disputarem vagas como deputados estaduais e deputados federais. Eleitos em 2020, alguns não chegaram a completar a metade de seus primeiros mandatos, mas a maioria viu o valor do patrimônio crescer neste período.
O campeão em valorização de seus bens é o vereador Dr. Sandro Benites (Patriota), que tenta uma vaga na Assembleia Legislativa e declarou à Justiça Eleitoral um total de R$ 3,582 milhões em 2022. Há dois anos, quando disputou o pleito para vereador, informou ter R$ 1,209 milhão, um salto de 196,11%.
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Benites, 48 anos, é major do Exército, pediatra, nutrólogo e toxicologista. Foi diretor técnico do Hospital Regional, médico da Prefeitura de Campo Grande, médico concursado do Tribunal de Justiça e assessor técnico da Secretaria Estadual de Saúde.
Em 2020, foi eleito vereador da Capital com 2.873 votos. À época, seu bem mais valioso era uma casa de R$ 600 mil, além de cinco terrenos que somados chegavam a R$ 269 mil. Seu carro, uma BMW, valia R$ 125 mil. Outros investimentos financeiros completavam o seu patrimônio.
Na declaração deste ano à Justiça Eleitoral, os bens de Sandro Benites não estão detalhados e se resumem a três itens: imóveis – como terrenos, chácara e residência – somam R$ 3 milhões, investimento em banco de R$ 282 mil, e saldo bancário de R$ 300 mil.
A sequência das maiores altas está entre os postulantes às vagas na Câmara dos Deputados, que conta com seis parlamentares da Capital na disputa. O vereador Gilmar da Cruz (Republicanos) teve valorização de R$ 62,81% em seu patrimônio em dois anos, passou de R$ 290.384 em 2020, para R$ 448.471 em 2022. Junior Coringa (PSD) teve ganhos de 54,44%, seu patrimônio em 2020 era de R$ 290.384 e passou para R$ 448.471 neste ano.
O ex-presidente da Câmara João Rocha (PP) viu o total de seus bens somar R$ 2,265 milhões em 2022 ante R$ 1,57 milhão em 2020, acréscimo de 44,23%. Eleito vereador pela primeira vez em 2008, o ex-tucano tinha à época patrimônio de R$ 129.263, conforme declaração à Justiça Eleitoral.
Ainda entre os vereadores que tentam se mudar para Brasília (DF), está Professor Juari (PSDB), que declarou R$ 249.750 em bens neste ano, contra R$ 215.794 há dois anos, valorização de 15,73%.
Os dois pontos fora da curva são Coronel Alírio Villasanti (União Brasil) e Camila Jara (PT), que não declararam bens em 2020, mas não passaram em branco na declaração no pleito deste ano. O primeiro tem agora R$ 50 mil em dinheiro, enquanto a única vereadora da Capital tem R$ 3.573,12 em um plano de previdência. Ambos estão em seus primeiros mandatos e, caso eleitos, terão completado apenas metade dos quatro anos para os quais foram designados no legislativo de Campo Grande.
Voltando aos que disputam vagas na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, que fica apenas a alguns quilômetros da Câmara de Vereadores da Capital. João César Mattogrosso (PSDB) viu seus bens passarem de R$ 4,446 milhões em 2020, para R$ 5,909 milhões em 2022, alta de 32,9%. Betinho (Republicanos) subiu de R$ 441.453 há dois anos, para os R$ 530 mil atualmente, valorização de 20%.
Cinco parlamentares viram seu patrimônio reduzir na metade deste mandato. Professor André Luis (Rede) passou de R$ 1,668 milhão para R$ 1,082 milhão, perda de 35,12%. Silvio Pitu (PSD) tinha R$ 510.781 e agora tem R$ 373.822,90 (-26,81%). Otávio Trad (PSD) declarou R$ 351.797 em 2020, e agora possui R$ 281.944 (-19,85%). Zé da Farmácia (Podemos) começou o mandato com R$ 83.228 e tem neste momento R$ 77.618.
O veterando Dr. Loester (MDB) também ficou menos abastado. Declarou R$ 4,036 milhões em 2020, e R$ 3,535 milhões em 2022, queda de 12,41%. Embora esteja no lucro desde a sua primeira declaração disponível na Justiça Eleitoral, que foi de R$ 2,198 milhões em 2006, quando disputou para deputado federal pelo PDT.
Por fim, o campeão de votos nas eleições de 2020, o vereador Tiago Vargas (PSD) manteve neste ano os R$ 40 mil declarados há dois anos, relativos a um gol branco ano 2016/17. O parlamentar da Capital teve sua candidatura indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral, mas recorre da decisão.