Réu por lavagem de dinheiro e falsificação, o economista aposentado Ricardo Fernandes de Araújo, está no ranking nacional de 15º maior doador do Brasil com o repasse de R$ 1,330 milhão para os candidatos em Mato Grosso do Sul. Dono de contratos milionários com o Governo do Estado, ele doou R$ 800 mil para a campanha da candidata a governadora Giselle Marques (PT).
Araújo é dono oficial da Mil Tec Tecnologia, que recebeu R$ 185,8 milhões da administração estadual entre 2019 e 2022, segundo mandato de Reinaldo Azambuja (PSDB). Em janeiro deste ano, ele ainda assinou contrato de R$ 9,568 milhões com a Secretaria Estadual de Fazenda para providenciar soluções de Big Data.
Veja mais:
Assessor jurídico da Câmara vira réu por ocultar R$ 860 mil na compra de terrenos
Juiz bloqueia R$ 246 milhões de “vereador sem votos”, esposa e amigos
MPE denuncia “vereador sem voto” e dono da Mil Tec por ocultar R$ 860 mil na compra de lotes
De acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Ricardo Fernandes de Araújo doou R$ 1,330 milhão para cinco candidatos. O maior montante, R$ 800 mil, foi repassado para Giselle. No total, a campanha da petista recebeu R$ 3,8 milhões, sendo R$ 3 milhões do PT.
O segundo maior repasse foi feito para o pecuarista Rodolfo Nogueira (PL), candidato a deputado federal, que se apresenta como “Gordinho de Bolsonaro”. Ele terá R$ 200 mil. O maior repasse da campanha foi feito pelo PL, R$ 500 mil.
O presidente licenciado da Fetems, Jaime Teixeira (PT), e o presidente regional do PV, ex-vereador Marcelo Bluma, ganharam R$ 150 mil cada. Até o vereador Alírio Villassanti (União Brasil) teve R$ 30 mil.
Além dos contratos milionários com a gestão tucana, Araújo é réu em ação de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica na 3ª Vara Criminal de Campo Grande. No final do mês passado, o Gaeco pediu a sua condenação junto com o procurador jurídico da Câmara, André Luiz Scaff.
Ele é acusado de simular venda de cinco terrenos para acobertar corrupção. Conforme a denúncia, o economista pagou R$ 100 mil em cinco lotes e os revendeu, seis anos depois, por R$ 73 mil a Scaff. No entanto, no mesmo período, ele recebeu R$ 250 mil na conta bancária.
Conforme a assessoria de Giselle, todas as doações são bem-vindas. “Formamos um Comitê Financeiro da campanha, que está em busca de recursos para obter doações. Todos os que quiserem doar serão bem-vindos. A prestação de contas é pública, e lançamos inclusive a vakinha virtual para quem quiser contribuir”, informou a petista.
