Os candidatos a governador Capitão Contar (PRTB) e Marquinhos Trad (PSD) usaram os escândalos de corrupção e o aumento de impostos na gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB) para encurralar o ex-secretário estadual de Governo e de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB) durante o debate do Midiamax.
Magno Souza (PCO) voltou a usar o espaço para denunciar a fome e a violência que vem devastando as aldeias de Mato Grosso do Sul. “A nossa água é lama”, afirmou o candidato, primeiro representante da população indígena a disputar o cargo de governador em 43 anos de Estado.
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O confronto entre os candidatos do PSD e PSDB não se limitou aos confrontos entre Marquinhos e Riedel. Partidários dos dois candidatos entraram em confronto do lado de fora do debate, que aconteceu no auditório do CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), no Bairro Monte Castelo. A Polícia Militar precisou intervir e um temporal acabou com as torcidas.
A corrupção foi abordada pela primeira vez no 3º bloco, quando Capitão Contar questionou Riedel sobre o superfaturamento de R$ 2,4 milhões na compra de cestas básicas com dinheiro da covid-19 para entregar às famílias carentes. Ao responder, Riedel destacou que a “intolerância com a corrupção deve ser absoluta”. Ele destacou que a gestão tucana criou a Controladoria-Geral do Estado e melhorou os índices de transparência.
Ao comentar, Marquinhos se referiu ao tucano como o “candidato do Azambuja”. Em seguida, ele destacou que a gestão estadual é marcada por escândalos e citou algumas operações de combate à corrupção, como Aprendiz (desvio na verba de publicidade da dengue) e Clean (superfaturamento na compra de materiais de limpeza para as escolas).
E acusou o ex-secretário de ter sido conivente. “Foram escândalos e mais escândalos e ele nunca reagiu”, acusou o ex-prefeito. “Quem cala, consente”, concluiu. Contar arrematou que Riedel foi secretário de Governo por seis anos e nunca fez nada para combater à corrupção.
O ex-secretário estadual voltou a prometer combater à corrupção e realizar compliance nos órgãos estaduais. “Marcos quem não gosta de político é você”, reagiu. “O senhor e sua família tem 96 anos de mandatos”, atacou.
Em nova oportunidade, Contar e Marquinhos aproveitaram para voltar a atacar o candidato tucano. “O chefe (Reinaldo) está envolvido e é réu por corrupção”, afirmou o deputado estadual, referindo-se a denúncia contra o governador por ter recebido a propina de R$ 67,7 milhões da JBS. Azambuja foi denunciado no STJ pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e por chefiar organização criminosa. No entanto, a denúncia ainda não foi recebida pela Corte Especial, apesar de ter sido feito em 15 de outubro de 2020.
Marquinhos relembrou o aumento de impostos na gestão de Reinaldo e responsabilizou Riedel, como articulador político, pelas medidas, que incluíram o aumento de impostos como o IPVA, o ICMS sobre a gasolina e o ITCD.
“Não é só corrupção, é má gestão também”, reforçou Contar, mantendo o tom contra a administração tucana. Ele disse que foram gastos R$ 23 milhões na montagem do hospital de campanha no pátio do Hospital Regional, que acabou sendo desmontado sem atender uma única vítima da covid-19.
Em outra frente, o ex-governador André Puccinelli (MDB) aproveitou o ataque da advogada Giselle Marques (PT), para atacar a gestão tucana. A petista questionou por que o emedebista não instalou cinco aparelhos de radioterapia, enviados na gestão de Dilma Rousseff (PT), mas que acabaram sendo devolvidos por falta de uso, enquanto centenas morrem de câncer por falta de tratamento.
André afirmou que não instalou os equipamentos porque não teve tempo para construir as paredes especiais para ativá-los. Ele lembrou que dois aparelhos seguem encaixotados, oito anos depois, no Hospital do Câncer e no Hospital Universitário. Três foram devolvidos pela gestão tucana.
Rose Modesto (União Brasil) aproveitou questionamento de Riedel sobre agronegócio para atacar Marquinhos fazendo referência à investigação sobre assédio sexual e do escândalo do Proinc. Contar aproveitou para alfinetar o tucano, pelo aumento da alíquota do Fundersul, e de terem tratado os produtores rurais como bandidos, porque teriam colocado a Tropa de Choque para recebe-los na Assembleia.
No confronto direto com a deputada federal, Marquinhos defendeu-se das acusações. “Sobre o inquérito (aberto pela Delegacia da Mulher), a senhora sabe que é armação”, afirmou o candidato. Em seguida, o ex-prefeito lembrou que Rose não teve o mesmo espírito de indignação quando um secretário da gestão Reinaldo foi investigado por assédio sexual. O caso foi abafado e acabou não saindo nem na mídia.
Sobre o Proinc, Marquinhos disse que tornou o programa mais transparente e o implementou em parceria com o Ministério Público do Trabalho. Em seguida, ele aproveitou para atacar a deputada. Ele lembrou que Rose era vereadora quando o Proinc foi criado. “Em 2010 era vereadora, esqueceu e colocar emenda destinando 5% das vagas para as mulheres e 5% para ressocialização”, alfinetou.
“Eu votei não para a gente promover o prefeito ou ficar impulsionando rede social”, respondeu Rose. Ela disse que foi eleita vice-governadora, mas não para estar a serviço de Reinaldo.
Ridel e Contar tiveram outro embate. O ex-secretário acusou o deputado de não saber ler relatório, porque a aplicação dos recursos do Fundersul é acompanhada por uma comissão da Assembleia Legislativa. O deputado reagiu acusando o tucano de tê-lo expulsado de uma reunião, onde tentou ter acesso aos dados e foi impedido.
“Inelegível, eu acho difícil”, reagiu o tucano. Em seguida, ele acusou o adversário de tentar dar carteirada ao tentar, como deputado, acompanhar a detalhamento da aplicação dos recursos do Fundersul. E aproveitou para responder Marquinhos, dizendo que não pode responder pelos atos de Reinaldo. Ou seja, Riedel acabou não defendendo o governador das acusações durante o debate.
O próximo debate será na segunda-feira, a partir das 10h, e será promovido pelo SBT e pela TopMídiaNews.